Depois de um período de dois anos com freios acionados, o Banco PAN (BPAN4) anunciou sua decisão de retomar a originação de cartões de crédito. O CEO do PAN, Carlos Eduardo Guimarães, enfatizou que a retomada acontecerá de forma conservadora, tanto para os clientes existentes quanto para os novos.
O banco enfrentou um declínio acentuado na emissão de cartões de crédito, com uma queda de 76% em relação ao último trimestre de 2021, quando começou a adotar uma abordagem mais cautelosa, priorizando a retenção das linhas de investimento de maior risco.
O cenário melhorou com uma diminuição nos índices de inadimplência, fortalecendo a posição do PAN para a retomada do crédito. Os indicadores de longo prazo, que representam os créditos vencidos por mais de 90 dias, reduziram em 0,1 ponto percentual na comparação trimestral. Enquanto isso, o indicador de curto prazo, que abrange a faixa de 15 a 90 dias, diminuiu 0,2 ponto percentual em base trimestral. Guimarães expressou otimismo e previu uma tendência de queda na inadimplência nos próximos trimestres.
O foco será a expansão dentro da base de clientes, mas o banco também buscará atrair novos clientes, explorando o chamado “mar aberto” do mercado. Como parte da retomada, o PAN planeja reformular o produto do cartão de crédito para eliminar os juros rotativos, que são notoriamente caros e recentemente sofreram limitações impostas pelo Congresso.
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“Independente do que está sendo discutido no mercado, precisamos ter um produto que o cliente entenda melhor. Não acreditamos no rotativo porque é complexo, acreditamos em uma comunicação simples”, afirmou o CEO em coletiva.
É importante observar que, atualmente, os cartões de crédito representam apenas 6% da carteira de crédito do PAN, enquanto os outros 94% são produtos garantidos. A maior parte desse portfólio (51%) são operações de financiamento de veículos, que tiveram um crescimento notável de 26% em termos anuais, impulsionando o crescimento geral da carteira de crédito do Banco PAN, que atingiu R$ 39,2 bilhões no trimestre, refletindo um aumento de 8% em relação ao ano anterior.
Além disso, o Banco PAN planeja expandir suas operações para incluir parte da classe B, que tem uma renda mais próxima à média. Atualmente, o banco tem se concentrado nas classes C, D e E.
No terceiro trimestre, o Banco PAN registrou um lucro líquido ajustado de R$ 198 milhões, uma alta de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ajustado foi de 11,5% no trimestre, ligeiramente inferior aos 11,7% do ano anterior. O banco encerrou o trimestre com 27 milhões de clientes, um aumento notável de 21% em relação ao ano anterior e 1 milhão de novos clientes em comparação com o trimestre anterior.
