Goldman e Morgan entre piores

Bancos de Wall Street subestimam risco climático, diz estudo

O Goldman Sachs, o Morgan Stanley e o JPMorgan estão entre os bancos com as pontuações mais baixas em investimentos para adaptação à crise climática

Goldman Sachs
Foto: Goldman Sachs/Divulgação

Os impactos que a crise climática pode causar à áreas de negócios, que podem se tornar obsoletas, podem estar sendo subestimadas por alguns dos maiores bancos de Wall Street, é o que indica o estudo do Climate X.

A pesquisa apontou também que, embora os bancos tenham começado a medir os riscos climáticos, eles não estão ajustando seus negócios para lidar com as perturbações físicas que estão por vir, à medida que clientes e a economia em geral são atingidos.

O foco do relatório são as políticas e práticas de adptação do setor. Para Kamil Kluza, diretor de produtos da Climate X, a história mostra que as implicações de ignorar riscos sistêmicos podem ser profundas.

“A razão pela qual caímos na recessão de 2008” foi “não capturarmos o risco de liquidez o suficiente e os desafios de capital associados que tivemos”, disse Kluza, de acordo com o “Valor”.

“Costumávamos [naquela época] olhar para o risco de crédito, risco operacional e de mercado, mas nunca olhávamos para o risco de liquidez em particular”, prosseguiu.

Atualmente, há um ponto cego semelhante em relação ao risco climático, disse Kluza.

O Goldman Sachs, o Morgan Stanley e o JPMorgan estão entre os bancos com as pontuações mais baixas no que diz respeito a investimentos para adaptação ao aquecimento global, de acordo com a Climate X.

A pesquisa foi feita em conjunto com uma organização chamada Climate Proof para compilar os dados da pesquisa. O Standard Chartered foi o banco global com melhor resultado — com 12 de 17 pontos — seguido pelo Santander, com 11 pontos, segundo o veículo.

O chefe da unidade de soluções de financiamento sustentável e financiamento de adaptação do Standard Chartered, Alex Kennedy, disse em e-mail que o banco está trabalhando em maneiras de “dimensionar o financiamento e o investimento para adaptação”.

É uma área que “precisa crescer rapidamente para lidar com uma escassez crítica em meio à crescente demanda”, disse ele.

Outro destaque explicado por Kennedey foi a “pegada do banco em mercados emergentes” e observou que “cerca de 90% dos nossos mercados são costeiros”.

Dessa forma, o Standard Chartered está “ativamente buscando adaptação em todo o banco, juntamente com soluções para o mercado mais amplo”, disse ele, segundo o jornal.

Bancos têm ‘dor de cabeça’ com dívida da compra do Twitter por Musk

Sete grandes bancos, incluindo o Morgan Stanley e BofA (Bank of America), que financiaram a compra do Twitter por Elon Musk, estão enfrentando ‘dores de cabeça’ para lidar com a dívida de US$ 13 bilhões resultante da operação.

Esse impasse financeiro tem sido descrito como o maior “negócio pendurado” desde a crise de 2008, devido à dificuldade dos bancos em retirar esses empréstimos de seus balanços sem incorrer em pesadas perdas. As informações são do Valor Econômico.

Na prática, quando bancos financiam aquisições desse porte, a expectativa é que a dívida seja rapidamente revendida a outros investidores, permitindo que as instituições recuperem o capital emprestado e lucrando com as comissões.

Contudo, o desempenho fraco do X (antigo Twitter) sob a gestão de Musk fez com que o valor dos empréstimos se deteriorasse rapidamente, impossibilitando a revenda sem prejuízos significativos.