O Banco do Brasil (BBAS3) está preparando uma ofensiva no mercado de cartões de crédito após reportar uma queda de 4% no volume da carteira de empréstimos dessa modalidade no primeiro semestre de 2024. A afirmação foi feita pelo CFO (Chief Financial Officer) do BB, Geovanne Tobias, nesta quinta-feira (8).
As operações de cartão do BB (BBAS3) para pessoas físicas chegaram a R$ 46,6 bilhões no fechamento de junho, abaixo dos R$ 48,6 bilhões registrados em dezembro passado. Essa redução ocorreu ao longo dos últimos anos devido às medidas do banco para conter a escalada dos índices de inadimplência.
“Sei que o Nubank, o Itaú e outros bancos focam muito na carteira de cartão de crédito. No Itaú, a carteira é quase três vezes maior que a do BB. Não faz sentido nossos pares crescerem no ritmo de 2%, 3%, 4% e o BB cair 3%. Há espaço para crescer e vamos recuperar”, disse o CFO, de acordo com a “Bloomberg”.
A comparação com o Itaú (ITUB4) ocorre devido à sua liderança entre os bancos.
Em junho, a carteira de cartão de crédito para PF (pessoa física) somou R$ 131 bilhões, com um avanço anual de 2% no segundo trimestre. Nos segmentos de público de renda mais alta, representados pelo Personnalité e pelo Uniclass, houve uma queda de 17,3% em 12 meses.
Além disso, acima do BB está o Santander (SANB11), que fechou o primeiro semestre com R$ 52,3 bilhões em operações com cartões, um avanço de 3%.
BB (BBAS3) traz forte resultado, mas tendências preocupam
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou seu resultado do segundo trimestre na noite de quarta-feira (7), com um lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões. O dado ficou praticamente em linha com a expectativa do consenso da LSEG para o BB, que esperava R$ 9,241 bilhões.
Na avaliação da XP, mais uma vez, a NII (margem financeira) com o mercado foi apoiada pelo Patagonia, subsidiária argentina do BB (BBAS3), contribuindo para o crescimento do NII, que avançou 12% na base anual e ficou 2% superior às estimativas.
Além disso, a casa pontuou que o crescimento da carteira de crédito em 13% ficou muito próximo do topo da faixa do guidance (estimativa), com contribuição significativa da carteira do agronegócio, que ficou maior que a faixa do guidance de 15% para o segmento.