Sistema Financeiro

BC aguarda definição de ativos do BRB e Master, diz Galípolo

Galípolo também mencionou que o BC recebeu novas informações sobre o andamento das negociações

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou que a análise da autarquia sobre a aquisição de ativos do Banco Master pelo BRB só ocorrerá depois que ambas as instituições determinarem de forma clara o “perímetro” dos ativos envolvidos no acordo.

“O BC analisa a viabilidade da operação. Vê se o comprador tem um plano de negócios que no tempo consegue absorver a operação, ser sustentável. Essa é a análise que cabe ao BC”, explicou Galípolo durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

“O que acontece é que os bancos anunciaram a intenção em março, e a partir daí está ocorrendo uma discussão para definir o perímetro da operação, o que um banco vai adquirir do outro”, completou.

Ele destacou ainda que não cabe ao BC julgar se o negócio é vantajoso ou não para os bancos envolvidos, mas sim garantir que o sistema financeiro se mantenha estável.

Galípolo também mencionou que o BC recebeu novas informações sobre o andamento das negociações, mas reiterou que a atuação da instituição só começará após a conclusão da definição sobre a operação.

Cade dá aval à compra e destaca riscos do modelo de captação do Master

Em 17 de junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a proposta que prevê a aquisição do Banco Master pelo BRB.

O acordo, divulgado em março, contempla a compra de 49% das ações ordinárias e a totalidade das preferenciais da instituição, resultando em controle de 58,04% do capital social.

Nos últimos anos, o Banco Master expandiu suas operações por meio de uma política agressiva de captação, oferecendo CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com rentabilidade acima da média do mercado. Embora atrativos para investidores, esses títulos — garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de 250 mil reais por CPF — levantaram preocupações.

A emissão em larga escala por parte do Master passou a ser vista como um potencial risco à solidez do FGC, cuja estrutura depende de contribuições das próprias instituições financeiras.