Após a EQI Investimentos, escritório ligado à BTG Pactual conseguir junto ao BC (Banco Central) autorização para operar como corretora, os outros escritórios que entraram com pedido semelhante ampliaram. De acordo com o Estadão, casas conveniadas à XP estão na fila esperando o aval do regulador ainda este ano.
Nos escritórios Faros e Messem, que anunciaram fusão em abril, o planejamento é para que em outubro a autorização esteja publicada no Diário Oficial. O Bacen está atualmente na etapa de inspeção pré-operacional na empresa, de acordo com o sócio-diretor da Faros, Samy Botsman. Enquanto se preparam para atuar como corretora e estruturam as sinergias das duas assessorias, um evento com os 800 colaboradores foi realizado na última semana. “Tão logo tenhamos a corretora operacional, a fusão irá ajudar a potencializar negócios das empresas de assessoria de investimentos”, afirma Botsman.
Conforme o Estadão, o processo que está sendo avaliado no BC é o que a Faros deu entrada em junho de 2021. A integração de fato será através de uma holding não-financeira. Nesta estrutura, a XP terá 42% da sociedade. As marcas Faros e Messem serão mantidas, e o branding da nova empresa está sendo construído. Atualmente, os dois escritórios somam R$ 65 bilhões sob assessoria. O objetivo é chegar ao final de 2024 – já com a corretora operando – com R$ 100 bilhões.
A Monte Bravo recebeu autorização para a constituição da corretora no início deste ano. Parte da documentação, os chamados atos constitutivos, foram aprovados em junho. “Nossa expectativa é em breve iniciar a inspeção pré-operacional do Banco Central, que é uma das últimas etapas até a obtenção da aprovação da autorização de funcionamento”, afirma o presidente-executivo Pier Mattei. O escritório trabalha com a possibilidade de ter a corretora operacional ainda em 2023 – embora a definição não esteja em suas mãos. Com R$ 34 bilhões sob assessoria, o Monte Bravo estima alcançar os R$ 60 bilhões no final do ano que vem.
Também com as fichas depositadas na aprovação final ainda em 2023 está a Blue3 Investimentos. “Faz um tempo que não cabemos na roupa de agente autônomo e, por isso, nos preparamos nos últimos anos para a nova realidade”, diz o presidente, Wagner Vieira. O escritório vendeu 49% do capital à XP em dezembro de 2021. Para seguir com o pedido de virar corretora, portanto, precisou de aval da Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ‘ok’ veio em 2022, e agora o processo está em fases finais junto ao BC.
A Nomos Investimentos, fusão entre os escritórios BRA, BS e R5 criada em fevereiro, já está com o CNPJ da Nomos CTVM e realizou o aporte de capital necessário para a aprovação. A assessoria também acredita na conclusão de todos os trâmites até o final do ano. Enquanto isso, a casa segue investindo em várias linhas, como tecnologia, segurança da informação, operações, e compliance, aponta o presidente-executivo Rodrigo Imperatriz.
BC aprova início de operação da corretora da EQI
O BC confirmou a autorização para o escritório de investimentos EQI Investimentos se tornar a primeira empresa do segmento a operar como corretora de valores, de acordo com Diário Oficial publicado pelo banco. Com isso, a EQI Investimentos, fundada em 2008 em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, deve lançar sua plataforma própria, a EQI Corretora, já na próxima semana, de acordo com o CEO do escritório, Juliano Custódio. As informações são do Estadão.
Com o lançamento da EQI Corretora, a empresa já começa com uma base sólida, contando com R$ 23 bilhões sob custódia, mais de 50 mil clientes ativos, uma ampla oferta de mais de 2 mil produtos e uma presença estabelecida por meio de seus 12 escritórios. Agora, a EQI passa a competir diretamente com grandes players do mercado, como a XP e o BTG Pactual, que foram parceiros da EQI nos últimos anos.
Custódio comparou a entrada nesse novo cenário ao desafio de jogar na Champions League, torneio continental europeu de futebol, fazendo referência à competição de alto nível e à importância desse novo estágio para a empresa.
“Conseguiremos competir bem neste negócio, obviamente com menos recursos do que possuem XP e BTG. Mas temos uma coisa que eles não têm. Eles dão vantagens financeiras para atrair escritórios parceiros, mas acreditamos que o nosso modelo de negócios é mais vantajoso. A gente queria ter a nossa plataforma, porque temos a nossa própria maneira de se relacionar com os clientes.”, contou o CEO.
A EQI Investimentos obteve aprovações sequenciais do Banco Central para estabelecer a corretora. A primeira aprovação ocorreu em julho de 2021, permitindo que os sócios da empresa iniciassem o processo de criação da corretora. Em seguida, foi aprovado o plano de negócios da EQI. Agora, com a aprovação da operação, a EQI Corretora está autorizada a iniciar suas atividades efetivamente.
“Depois da penúltima aprovação, deixamos a estrutura pronta, o que já aconteceu há nove meses, e estávamos apenas esperando o aval final”, diz Custódio.
O objetivo é atingir R$ 150 bilhões sob custódia em cinco anos. Para o fim deste ano, a ideia é alcançar R$ 34 bilhões e já ter 75 mil clientes ativos. “O timing é bom. Apesar de sermos um dos setores que sofreu com o juro alto, considero acertada a estratégia do BC para controlar a inflação”, afirma.
Segundo ele “Agora, com a expectativa de juros mais baixos, o nosso serviço gera mais atenção do cliente, que fica mais ativo na busca por investimentos.”