Investigação

Boeing (BOEI34) perdeu controle de centenas de peças defeituosas do 737

O delator revelou que algumas das peças podem ter sido instaladas em aviões do modelo 737 Max, segundo apuração da "Bloomberg"

Foto: Unsplash
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A Boeing (BOEI34), fabricante de aviões dos EUA, tratou de forma inadequada e perdeu o controle de centenas de peças defeituosas, segundo um inspetor de qualidade da empresa. De acordo com apuração da “Bloomberg”, o delator revelou que algumas das peças podem ter sido instaladas em aviões do modelo 737 Max.

Os detalhes das alegações constam em um depoimento de 11 de junho de Sam Mohawk, inspetor da Boeing, para a Administração se Segurança e Saúde Ocupacional, um dos órgãos federais dos EUA. 

A divulgação ocorreu na terça-feira (18), por um subcomitê do Senado norte-americano, em um memorando de membros. A Boeing alegou ter recebido os documentos na segunda-feira (17) e está revisando as declarações.

Segundo a denúncia, a fabricante havia perdido até 400 peças defeituosas das aeronaves modelo 737 Max, além de ter excluído os registros de muitas delas de um sistema interno de catalogação. 

As peças em questão são classificadas como “em não conformidade”, pois precisam ser rastreadas , descartadas ou reparadas, visto que são componentes danificados ou inadequados. Deve haver também um registro meticuloso para garantir que não sejam usadas na fabricação de aeronaves, de acordo com o veículo de notícias. 

Boeing teria pedido silêncio a delatores, disseram fontes

Segundo o inspetor, a Boeing também “escondeu intencionalmente” da Administração Federal de Aviação dos EUA, alguns componentes grandes, como lemes e flaps, armazenados de maneira imprópria, antes da inspeção local.

Anteriormente, outras denúncias revelaram que a companhia teria reduzido custos com os processos de produção e qualidade de seus modelos. 

Conforme alguns delatores, eles foram encorajados a permanecer em silêncio, ou sofrerem retaliação por levantar preocupações. 

“Continuamos a incentivar os funcionários a relatar todas as preocupações, pois nossa prioridade é garantir a segurança de nossos aviões e do público que voa”, disse a Boeing em um comunicado

O Subcomitê Permanente de Investigação do Senado foi quem divulgou o depoimento de Sam Mohawk e pretende ouvir o CEO da Boeing, Dave Calhoun.