Com funcionários em greve

Boeing lança oferta de ações que pode levantar até US$ 22 bilhões

Oferta inclui 90 milhões de ações ordinárias e US$ 5 bilhões em ações depositárias

Foto: Boeing/Divulgação
Foto: Boeing/Divulgação

A Boeing lançou uma oferta de ações que pode levantar até US$ 22 bilhões, divulgou a Reuters nesta segunda-feira (28). A oferta inclui 90 milhões de ações ordinárias e US$ 5 bilhões em ações depositárias, que representam uma participação em ações preferenciais conversíveis.

O movimento faz parte da estratégia da companhia para melhorar suas finanças e preservar seu investment grade. Isto porque a empresa enfrenta uma greve de 33 mil funcionários, que pararam suas atividades em setembro, interrompendo a produção de vários modelos, inclusive do carro-chefe da Boeing, o 737 MAX.

“A oferta é certamente favorável para a qualidade de crédito. Vamos considerar isso em nossa avaliação”, disse Ben Tsocanos, diretor de aeronáutica da S&P Global Ratings, à Reuters.

Com base no preço de fechamento de sexta-feira (25), a Boeing pode arrecadar US$ 13,95 bilhões com a oferta de ações ordinárias e mais US$ 2,1 bilhões se a emissão tiver demanda excessiva, embora essas emissões sejam tipicamente precificadas com desconto para garantir demanda suficiente.

Também pode arrecadar até US$ 5,75 bilhões com a oferta de ações depositárias, calculou a Reuters. As ofertas devem ser precificadas após o fechamento do mercado na segunda-feira (28).

As ações depositárias estão sendo comercializadas com uma faixa de dividendos de 6% a 6,5%, e um prêmio de 17,5% a 22,5% em relação ao último preço de fechamento das ações, de US$ 155,01.

Problemas com a greve na Boeing

Agências de classificação alertaram à Reuters que uma greve prolongada pode levar a um rebaixamento da classificação de crédito da Boeing, que tem perdido caixa nos últimos três trimestres.

Na semana passada, a empresa reportou uma perda de US$ 6 bilhões no terceiro trimestre. No mesmo dia, os trabalhadores em greve rejeitaram um contrato melhorado, que não atendia às demandas de aumento salarial de 40% e a restauração de um plano de pensão com benefício definido.

A greve está custando à companhia mais de US$ 1 bilhão por mês, segundo uma estimativa divulgada antes da Boeing anunciar que cortaria 10% de sua força de trabalho.

No início deste mês, a Boeing entrou em um acordo de crédito de US$ 10 bilhões com bancos e anunciou planos de arrecadar até US$ 25 bilhões por meio de ofertas de ações e dívida.