O ambiente para fusões e aquisições (M&As) no setor educacional brasileiro parece desafiador no curto prazo, avaliou o BofA (Bank of America). Isto devido às mudanças regulatórias no ensino a distância, “valuations” historicamente baixos dentro do setor e altos níveis de alavancagem.
O relatório dos analistas do BofA focou na potencial fusão entre Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), mas inclui também relatos envolvendo Vitru (VTRU3), Cruzeiro do Sul (CSED3) e Yduqs.
Na visão dos analistas Flavio Yoshida, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo, possíveis combinações de negócios entre empresas de educação provavelmente exigiria remédios antitruste.
“Especialmente no ensino a distância, enquanto no presencial os desinvestimentos parecem ser menos significativos”, consta em relatório do BofA.
“Em nossa visão, as principais sinergias estão relacionadas a despesas gerais, de vendas e administrativas (SG&A) e otimização de despesas corporativas com a eliminação de estruturas duplicadas”, disseram, segundo o veículo de notícias.
“Também esperamos uma maior racionalidade de preços decorrente da consolidação do setor. Acreditamos que receios sobre potenciais aumentos de preços aos consumidores também podem ser uma preocupação em relação à aprovação do Cade e, portanto, uma consolidação inorgânica parece improvável neste momento”, prosseguiram.
Considerando uma fusão entre a Yduqs e a Cogna, o BofA vê que as questões anticoncorrenciais não parecem ser um problema.
Por outro lado, uma possível combinação de negócios da Yduqs com a Vitru “pode ser desafiadora dadas as potenciais medidas antitruste”.
No caso de negócios entre a Vitru e a Cruzeiro do Sul, um acordo parece ser “menos desafiador em termos de complementaridade de ofertas e questões antitruste”, escreveram os analistas em relatório.
Fusões seriam melhor caminho para consolidar setor de educação, diz BofA
O Bank of America (BofA) acredita que fusões e aquisições representam o caminho mais eficaz para a consolidação do setor de educação no Brasil, especialmente no segmento de ensino presencial. No entanto, essa movimentação não deve ocorrer no curto prazo, devido a alterações regulatórias e ao alto nível de alavancagem entre as empresas.
Segundo o BofA, potenciais fusões trariam sinergias, particularmente em relação às despesas de vendas, gerais e administrativas, além de eliminar estruturas corporativas duplicadas. Além disso, haveria uma maior racionalização dos preços praticados, embora isso possa levantar preocupações relacionadas à concorrência.
Uma fusão entre Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), por exemplo, resultaria em uma empresa com 12% de participação no mercado de ensino presencial e 22% no ensino à distância, segundo cálculos do BofA.
No caso de uma eventual fusão entre Yduqs e Vitru, o banco aponta que isso chamaria a atenção do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), devido à sobreposição significativa das operações em 465 cidades.