Para Bossanova Investimentos, startups precisam faturar para estar na mira

Segundo João Kleper, CEO (diretor-executivo) da Bossanova Investimentos, racional da gestora passa por resultados das startups

Ao contrário de investidores que não se importam se a startup já está em plena operação desde que haja um bom plano de negócios, a Bossanova Investimentos mira algo bem definido antes de selecionar a empresa investida em rodadas pré-seed: que as jovens companhias tenham faturamento para mostrar. 

Segundo João Kleper, CEO (diretor-executivo) da Bossanova Investimentos, em entrevista ao portal BP Money, toda empresa investida pela gestora de venture capital precisa estar faturando para entrar na análise da gestora. 

“Todo investidor profissional tem uma tese. A Bossanova tem uma tese e a nossa tese são startups que estão operando e faturando, mesmo que pouco”, disse Kleper. A Bossanova tem como foco empresas de base tecnológica B2B (negócio que acontece de empresa para empresa) e B2B2C (negócio que ocorre entre empresas, com o objetivo de atingir o consumidor final).

Além disso, a gestora possui ainda alguns outros parâmetros e restrições, como por exemplo os de não investir em negócios em que as soluções são destinadas somente para o governo, lojas e-commerce, games ou hadware que concorram diretamente com as startups já presentes no portfólio. 

A Bossanova Investimentos foi fundada em 2011, por Pierre Schurmann. Em meados de 2015, o atual CEO João Kleper entrou para o quadro societário da gestora. 
 
“Eu era investidor anjo. A Bossanova surgiu exatamente baseada em impulsionar o trabalho de anjo, investindo mais e mais em startups, com a criação de fundos e veículos para facilitar este trabalho”, afirmou Kleper. Atualmente, a gestora possui 1030 empresas em sua carteira de investidas. 

“Não posso declarar ainda, mas posso dizer que estamos estudando esse próximo número (de empresas que serão aportadas) e será um número bem arrojado”, destacou Kleper.

Bossabank deve auxiliar Bossanova na missão

A Bossanova Investimentos irá lançar um banco especialmente para solucionar as dores de cabeça das startups, em breve. O Bossabank tem parceria direta com o banco Modal. Um dos objetivos deste banco é atrair 850 startups em um ano.

“O Bossabank nasceu para ser o banco das startups, ajudá-las no que precisam como: antecipação de recebíveis, receita recorrente, empréstimos, investimentos, cartão de crédito internacional, entre outros serviços essenciais para os empreendedores que têm startups”, explicou Kleper.

Investimento em estágio “pré-seed”  x Investimento anjo

O investimento em estágio pré-seed é um dos diferenciais da Bossanova Investimentos. Ele consiste em rodadas de R$ 100 mil a R$ 500 mil, e se enquadram no estágio “problem solution fit” (encaixe problema-solução, na tradução livre).

A diferença principal entre este tipo de rodada de investimento e o “investimento anjo” é que no anjo os investidores são pessoas físicas e no pre-seed são grupos de investidores pessoas jurídicas, como é o caso da Bossanova Investimentos.