O BR Partners (BRBI11), banco de investimentos independente, teve sua cobertura retomada pelo Itaú (ITUB4), conforme anunciado na última sexta-feira (22). A decisão ocorre em meio ao potencial de alta dos ativos da empresa e a expectativa de um bom desempenho para o ano de 2022.
Apesar das condições desfavoráveis do mercado, o BR Partners (BRBI11) registrou crescimento em 2021, o seu primeiro ano de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês).
A estreia do banco de investimentos na Bolsa de Valores foi marcada por um avanço de 56% de lucro. Além disso, o banco registrou no ano passado um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês) de 26%.
Nesse contexto, o Itaú passou a sugerir um preço alvo para o BR Partners (BRBI11) de R$ 21. O valor representa um upside, isto é, um potencial de alta, de aproximadamente 22%.
Segundo analistas entrevistados pelo “Brazil Journal”, a BR Partners (BRBI11) vem registrando bom desempenho devido a uma série de estratégias, tais como dispor de uma equipe muito forte e dos altos níveis de capital.
Além disso, os analistas destacam que, para evitar a natureza cíclica do negócio de investment banking, a empresa se renova e dispõe de novos produtos. Nesse sentido, a BR Partners (BRBI11) tem crescido em estruturação de renda fixa: passou a fazer debêntures (título de dívida de crédito privado), CRAs (Certificado de Recebíveis Agrícolas) e FIDCs (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).
O crédito privado é uma alternativa interessante ao investidor de perfil moderado. Isso porque a rentabilidade da carteira pode ser consideravelmente maior quando comparada aos títulos de renda fixa garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), em troca de um pequeno acréscimo de risco.
Sendo assim, analistas acreditam que investir nas ações da BR Partners (BRBI11) neste momento pode ser benéfico, considerando um 2022 “mais morno” e um 2023 com um mercado de juros menores.
No entanto, conforme análise do Itaú BBA, a reclassificação dos ativos da BR Partners (BRBI11) na bolsa é dificultada pela pouca liquidez do papel, cujo giro médio diário é de R$ 4 milhões. Além disso, influencia também no re-rating o crescimento do lucro mais impulsionado pelo capital.
O Itaú avalia que, apesar dessas adversidades, a possibilidade de reclassificação do BR Partners (BRBI11) aumenta na medida em que o investidor tem se mostrado mais interessado em ações de growth (de crescimento) e small caps (de menor capitalização de mercado).