Em um novo relatório, o BTG Pactual reiterou recomendação neutra para as ações do Bradesco (BBDC4), citando um cenário desafiador para o banco, assim como uma recuperação longa e lenta pela frente.
Mesmo que o banco esteja aplicando mudanças significativas sob a égide de seu novo CEO (Presidente Executivo), Marcelo Noronha, o BTG cita dificuldades no crescimento de lucros e na geração de capital, especialmente em um ambiente macroeconômico deteriorado.
Como apurou o portal Suno, a combinação de inflação elevada, economia em desaceleração e maior risco de inadimplência torna o ambiente menos favorável para a expansão acelerada do crédito, segundo analistas.
Lucro reduzido
Depois de um crescimento robusto da carteira de crédito em 2024, impulsionado por segmentos como hipotecas e consignados, o BTG espera uma desaceleração em 2025: a estimativa é que o crescimento dos empréstimos fique entre 6% e 7%, contra cerca de 10% em 2024.
Em contraste, as provisões para perdas com crédito devem permanecer praticamente inalteradas, em R$35 bilhões, refletindo uma abordagem mais conservadora e um aumento na proporção de empréstimos colateralizados na carteira.
Com isso, a projeção de lucro para o Bradesco em 2025 foi reduzida para R$22 bilhões (+13% ano a ano), com ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, da sigla em Inglês) de 12,9%, abaixo do consenso de mercado.
BBA rebaixa ação do Bradesco (BBDC4) e afirma preferir qualidade
Apesar de esperar uma boa temporada de lucros para o setor financeiro no quarto trimestre, o Itaú BBA destaca que o pessimismo à atividade econômica está aumentado e afirma preferir qualidade em vez de valor. Com isso, o banco optou por rebaixar a ação do Bradesco (BBDC4) de compra para venda, com preço- alvo de R$14.
O BBA espera que os resultados do 4T24 do Bradesco sejam razoáveis, com lucro de R$5,5 bilhões e ROE (retorno sobre patrimônio) de 13% devido a despesas de provisão controladas e resultados seguros e positivos.
Como apurou o portal InfoMoney, analistas também cortaram a projeção para margem financeira líquida do banco em 7% devido a margens mais fracas de mercado e de clientes.