Com o lucro em queda livre em 2022, o Bradesco (BBDC4) chegou a ampliar suas provisões de cerca de R$ 17 bilhões para até R$ 27,5 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, afirmando que a tendência do aumento deveria ser mantida para este ano. Entretanto, no balanço daquele período, o banco ignorou uma dívida de R$ 600 milhões, segundo informações da VEJA.
Essa dívida é de um processo que envolve o Bradesco e a construtora Montreal Engenharia, cuja falência foi decretada na década de 1990. No ano passado, a 9ª Câmara Cível do Rio indeferiu recurso do banco Bradesco contra a decisão de que obrigou o banco a cumprir com a dívida milionária em segunda instância.
De acordo com a sentença, o banco se beneficiou indevidamente de um acordo com a construtora e se apropriou de bens que deveriam ter sido destinados ao pagamento das dívidas trabalhistas e com o Fisco.
Em outubro, a instituição financeira afirmou que, como o processo ainda está sob júdice, os valores devidos em eventual condenação ainda não poderiam ser mensurados.
Advogados do Bradesco (BBDC4) acusam Americanas de fraude
O Bradesco (BBDC4) afirmou que a Americanas (AMER3) foi palco de uma das “maiores fraudes contábeis da iniciativa privada”. Na Justiça, os advogados do banco questionam a versão apresentada por Sergio Rial sobre a descoberta do rombo de R$ 20 bilhões na empresa.
Na quinta-feira (26), o Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou um pedido do banco e determinou a busca e a apreensão de e-mails de executivos e funcionários da varejista. Na sexta-feira (27), a Americanas recorreu da decisão, algo que não agradou os advogados da instituição financeira.
“Segundo tudo leva a crer, quem criou essas inconsistências – que se transmutaram em dividendos e bonificações -, foram os próprios executivos da Americanas, com a complacência ou até a determinação dos acionistas controladores [Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira]”, escreveu o banco.
Nos autos do processo, a Americanas alega que o Bradesco não tem poder para solicitar as provas que pediu e questiona o fato do caso ser protocolado em São Paulo, sendo que o processo de recuperação judicial da varejista corre no Rio de Janeiro.