O Bradesco entrou com uma ação judicial na 18ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo pedindo a transferência de bens do diretor de integração e finanças do Grupo Ambipar, Thiago da Costa e Silva. O protesto judicial foi protocolado na última quarta-feira (22), dois dias após a empresa entrar com um pedido de recuperação judicial.
Segundo a ação, o valor total da dívida que a Ambipar tem com o Bradesco é de R$ 390 milhões. Com o intuito de prevenir qualquer transferência de propriedade de bens de Costa e Silva para terceiros, o movimento do banco indica que o mesmo pretende responsabilizar pessoalmente os gestores da empresa por valores devidos.
A alegação é de fraude contábil e abuso de personalidade jurídica, o que ocorre quando a autonomia patrimonial de uma empresa é utilizada com objetivos ilícitos, como desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
O documento detalha todo o processo percorrido pela empresa, desde o anúncio de um caixa de R$ 4,7 bilhões, em julho, até o pedido de recuperação judicial, há dois dias.
Os advogados do Bradesco sugeriram ainda que se a Ambipar, após anunciar um caixa bilionário, não tem R$ 60 milhões para pagar ao Deutsche Bank, ou o montante foi drenado “em um intervalo de dois meses” ou “nunca existiu e as demonstrações financeiras da companhia foram ostensivamente fraudadas”. No caso, a acusação é de que a fraude teria ocorrido por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).