Inadimplência

Bradesco propõe assumir ações do Grupo Mover na CCR (CCRO3)

Atualmente, o Grupo Mover detém cerca de 15% do capital total da CCR, mas está em um processo de reestruturação de seus ativos

Foto: CCR AutoBAn - entroncamento Anhanguera-Bandeirantes / Divulgação
Foto: CCR AutoBAn - entroncamento Anhanguera-Bandeirantes / Divulgação

O Bradesco BBI está em negociações para adquirir a participação do Grupo Mover na CCR (CCRO3), uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura da América Latina. O banco enviou uma proposta para se tornar o detentor das ações do grupo na companhia, em um movimento que pode marcar uma mudança significativa na estrutura acionária da CCR, o banco alega inadimplência do grupo diante de dívidas.

De acordo com o portal MoneyTimes, atualmente, o Grupo Mover detém cerca de 15% do capital total da CCR, mas está em um processo de reestruturação de seus ativos. Essa participação é estratégica dentro do bloco de controle da empresa, que inclui ainda os grupos Camargo Corrêa e Soares Penido. O Bradesco BBI, caso a transação seja concretizada, deverá ocupar a posição do Grupo Mover no acordo de acionistas.

A CCR é uma companhia de destaque no setor de concessões, com presença em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. Uma consolidação da propriedade fiduciária ocorre quando aquele que detém o direito de propriedade fiduciária sobre um bem passa a ser o proprietário pleno dele. Com isso, o Bradesco BBI, um dos principais credores do Mover, tenta assumir as ações da companhia na CCR.

Contestação

O grupo Mover, por outro lado, contestou a legitimidade da ação, afirmando que o banco não possui procuração válida para representá-lo, tampouco as autorizações necessárias dos Poderes Concedentes e de órgãos reguladores.

O grupo ainda argumenta que o crédito do Bradesco BBI é quirografário e está sujeito às condições do processo de recuperação judicial.

Por fim, eles dizem que o banco “não possuiria legitimidade para notificar os demais acionistas do bloco de controle da CCR para exercício do direito de preferência, bem como não teria observado os procedimentos estabelecidos no Acordo de Acionistas”.

A CCR informou que manterá os acionistas e o mercado informados sobre novos desdobramentos.

CCR fecha primeiro acordo para autoprodução de energia eólica

CCR (CCRO3) deu início ao seu primeiro projeto para autoprodução de energia eólica, como parte de uma estratégia para reduzir custos em rodovias e aeroportos. A companhia fechou acordo com a Neoenergia (NEOE3) para se tornar sócia minoritária em três usinas no Piauí. 

A Neoenergia vai verder para a CCR 2,84% da Otis 2, 6,75% da Otis 4 e 5,25% da Oitis 6, segundo o “Brazil Journal”. As usinas vão suprir 60% da demanda da companhia, contribuindo para uma redução de 20% nos custos com energia prometida pela empresa no CCR Day.