Pesquisa Fercomércio

Brasil bate recorde de empresas inadimplentes

A inadimplência entre as empresas chegou ao patamar dos 7,2 milhões, o que equivale a 31,% dos negócios ativos no Brasil

Foto: Dívidas/CanvaPro
Foto: Dívidas/CanvaPro

Uma nova pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), com base em dados da Serasa Experian, revelou que houve um aumento no número de empresas inadimplentes no Brasil, bem como de pedidos de recuperação judicial, em 2025.

A inadimplência entre as empresas chegou ao patamar dos 7,2 milhões, o que equivale a 31,% dos negócios ativos no Brasil. Esse número ficou em 6,9 milhões no encerramento do ano passado.

Além disso, a pesquisa também revelou que do total de empresas inadimplentes, cerca de 6,8 milhões são Micro e Pequenas Empresas (MPEs), responsáveis por 47,2 milhões de débitos em aberto, que somam mais de R$ 141,6 bilhões.

O setor de Serviços segue disparado com mais inadimplentes, com 52,8% dos negócios no vermelho, seguido pelo Comércio, com 35%, segundo a CNN Brasil.

Enquanto isso, a pesquisa da FecomercioSP mostrou ainda que o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 61,8% em 2024, alcançando 2.273 solicitações — o maior volume desde o início da série histórica, em 2006. A tendência continua em alta esse ano, com 162 pedidos em janeiro e 122 em fevereiro.

A entidade afirmou que o cenário que levou a esse aumento nos recuperações judiciais, e os números da inadimplênci, se baseia em fatores como o cenário de juros altos, a inflação persistente e o crédito mais restrito no Brasil.

Morgan Stanley eleva recomendação de ações do Brasil para ‘overweight’

Os analistas do Morgan Stanley elevaram a recomendação das ações do Brasil de Equalweight para Overweight — equivalentes, respectivamente, à manutenção e à compra. Em relatório divulgado nesta terça-feira (20), o banco norte-americano apresentou uma visão otimista para os papéis de países da América Latina, com projeção de 2.800 pontos para o índice MSCI Latam até o fim de 2026 e um retorno aproximado de 23% em dólar.

A recomendação se baseia em fatores como a expectativa de mudança política, diante da queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e uma possível redução da Selic, a taxa básica de juros do país. Com a expectativa de juros mais baixos, o banco também projeta uma contração no preço do dólar frente ao real.

Ações em Destaque e Avaliação do mercado

Os analistas afirmam ter ampliado a exposição a ações dos setores financeiro, de petróleo, estatais, utilidades públicas e concessões, destacando papéis como Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3), Motiva (ex-CCR) (MOTV3), Nubank (ROXO34) e Eletrobras (ELET3).

Na avaliação da instituição, as ações brasileiras estão sendo negociadas a um múltiplo preço/lucro de cerca de 9 vezes, entregando aproximadamente US$ 90 bilhões em lucro anual — o que seria compatível com um cenário de recessão, e considerado inconsistente em comparação com outros mercados.

“Acreditamos que um calendário eleitoral pesado nos próximos 18 meses abre a oportunidade para o início de uma necessária mudança política, especialmente no âmbito fiscal”, disse o relatório, segundo o portal Investing.