Braskem (BRKM5): Dona da JBS (JBSS3) se reúne no Itaú para tentar compra

No encontro, a dona da JBS foi avisar que quer levar a Braskem e conta com os bancos para ajudá-la a concretizar essa intenção

Representantes da J&F, holding de investimentos da família Batista, dona da JBS (JBSS3), estiveram reunidos no Itaú (ITUB4) com um único objetivo: tentar comprar a Braskem (BRKM5). As informações são de Lauro Jardim, do “O Globo”. 

No encontro, a dona da JBS foi avisar que quer levar a Braskem e conta com os bancos para ajudá-la a concretizar essa intenção. 

Em março deste ano, a holding havia realizado uma proposta indicativa, não vinculante, de R$ 9 bilhões (R$ 30 por ação) pelos 50,1% que a Odebrecht detém na Braskem (BRKM5). No entanto, a oferta foi recusada, segundo o colunista. 

Desde o ano passado que a holding de investimentos da família Batista avalia fazer nova proposta para adquirir 100% da Braskem. A dona da JBS, em conjunto com o BTG (BPAC11), estava disposta a comprar a dívida dos bancos credores, que hoje soma cerca de R$ 15 bilhões, mas pediram pesados descontos. 

Braskem (BRKM5): Renan Calheiros quer travar venda de petroquímica

Uma sugestão do senador Renan Calheiros (MDB-AL) pode dificultar ainda mais o já conturbado processo de venda da Braskem (BRKM5). Em pronunciamento na tribuna do Senado na quarta-feira (29), o parlamentar cobrou que a empresa acerte sua dívida com Maceió antes de ser vendida.  Na capital alagoana em 2018, a companhia protagonizou um desastre ambiental em que o solo cedeu como resultado da extração de sal-gema. 

“Preliminarmente, antes de qualquer coisa, antes de qualquer negociação envolvendo a Braskem – venda ou ampliação do capital da Petrobras – passamos primeiro pela necessidade da Braskem e da Petrobras em seguida honrarem o contrato social que assumiram com o Estado de Alagoas,” disse Renan. 

 “Não dá para autorizarmos do ponto de vista deste Senado que se permita resolver o problema da Braskem sem que primeiro a Braskem pague a dívida com o Estado de Alagoas e a prefeitura de Maceió,”, argumentou. A Braskem já pagou R$ 2,7 bilhões em multas e indenizações referentes ao que seu balanço chamado de “evento geológico” em 2021, mais R$ 2,5 bilhões no ano passado, e ainda carrega provisões de R$ 6,6 bilhões ligadas ao evento.  

O senador disse que “a Petrobras, acionista, também tem responsabilidade,” sobre o desastre.  “Só para se ter uma ideia desse desastre brasileiro, a tragédia de Brumadinho atingiu 2,4 mil pessoas. O desastre geológico de Maceió impactou 200 mil pessoas. Os efeitos econômicos e sociais transcendem as áreas mais atingidas. Eles afetaram todo o estado de Alagoas.

Antes que se imponha uma nova realidade acionária da Braskem, é preciso que essa empresa, sua nova controladora e mesmo a Petrobras assinem um contrato social com Alagoas e os alagoanos para honrar compromissos, além das indenizações já em andamento por demandas judiciais ou não. Se o solo cedeu pela irresponsabilidade, nós não cederemos.”