A Novonor, antiga Odebrecht, está dificultando o acesso do consórcio formado pela Apollo e pela Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) aos dados necessários para a realização da “due diligence” da Braskem (BRKM5).
A Apollo e a Adnoc são umas das empresas que fizeram oferta firme para adquirir a petroquímica nacional. Além delas, a J&F e a Unipar (UNIP6) também apresentaram uma proposta formal para o negócio. Segundo informações obtidas pelo Valor.
De acordo com uma fonte envolvida nas negociações, a Novonor avalia que a proposta apresentada pelo consórcio Apollo e Adnoc não traz benefícios significativos em termos de valor ou participação acionária. A antiga Odebrecht já expressou seu desinteresse em concluir o negócio com base nos termos atuais, o que justifica a posição da empresa de não disponibilizar informações adicionais da Braskem neste momento.
Segundo outra pessoa envolvida, a oferta feita pela Apollo e Adnoc é a única que não contempla a permanência da família baiana no negócio, o que tem gerado resistência em compartilhar os dados necessários. A proposta formal, apresentada em maio, foi de R$ 47 por ação, mas o valor presente pode variar entre R$ 30 e R$ 40, dependendo da premissa adotada. Embora a auditoria financeira já tenha sido concluída, a gestora e a empresa árabe apresentaram uma lista de exigências para avançar para a próxima etapa, que envolve aspectos legais do negócio.
A oferta da Unipar previa a manutenção da holding no capital da petroquímica, com 4% das ações. Considerando-se essa fatia, o valor da transação chegaria a R$ 11 bilhões. A proposta é a que mais agrada à Novonor, mas enfrenta resistência dos bancos credores.
A proposta da J&F, dona da JBS, de compra da dívida que é garantida por ações da Braskem por R$ 10 bilhões, não prevê, inicialmente, que a Novonor siga como acionista. No entanto, há conversas informais para incluir a companhia como acionista, disse uma fonte. Ao comprar a dívida da Novonor, a holding dos Batista ainda não estaria assumindo diretamente a fatia na Braskem, o que abre espaço para conversas com a antiga Odebrecht.
Ainda segundo fontes, a empresa dona da Braskem segue em busca de potenciais compradores “na construção de uma proposta que atenda aos interesses de todas as partes relacionadas”.
Braskem (BRKM5): Novonor confirma oferta de R$ 10 bi de dona da JBS
A Braskem (BRKM5) anunciou que a Novonor, antiga Odebrecht, informou ter recebido uma oferta de R$ 10 bilhões da J&F, dona da JBS pela sua participação na empresa petroquímica, de acordo com um comunicado ao mercado divulgado nesta quarta-feira (12). A oferta foi apresentada pela holding da família Batista na terça-feira (11), conforme documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As informações são da Reuters.
A oferta foi apresentada pela holding da família Batista na terça-feira, de acordo com documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Valor Econômico noticiou primeiro a oferta bilionária da J&F. Na ocasião, Braskem, Novonor e J&F foram procuradas pela Reuters, mas preferiram não comentar.
A antiga Odebrecht, acrescentou na correspondência à Braskem que vai avaliar os termos e condições da proposta e que ainda nenhuma decisão, mesmo que preliminar, foi tomada. A proposta tem prazo de 120 dias.