Braskem (BRKM5) reverte lucro e registra prejuízo bilionário no 2T22

Em parte, a Braskem registrou um pior desempenho em decorrência da receita líquida, que recuou 5%, chegando a R$ 25,4 bi

A Braskem (BRKM5) reportou um prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 7,4 bilhões do mesmo período em 2021. Em parte, a petroquímica registrou um pior desempenho em decorrência da receita líquida, que recuou 5%, chegando a R$ 25,4 bilhões. 

O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – caiu 19%, para R$ 3,9 bilhões. O consenso Refinitiv projetava que a Braskem teria um Ebitda de R$ 4,13 bilhões e receita de R$ 25,11 bilhões.

“A queda do lucro operacional é explicada principalmente pelo menor pelo menor volume de vendas de químicos no segmento Brasil, (PE) de polipropileno (PP) na Europa, e de (PE) no segmento México”, explica a companhia em documento publicado na noite desta quarta-feira (10). 

“Também pelos menores spreads internacionais de policloreto de vinila (PVC) no Brasil e de PP na Europa”, completa o relatório. No segundo trimestre deste ano, o Brasil foi responsável por 60% da receita total da Braskem, Estados Unidos e Europa por 26% e México, por 8%.

O custo dos produtos vendidos pela empresa chegaram a R$ 21,3 bilhões, crescendo 28% no ano. No Brasil, os destaques dos gastos ficaram para o maior preço do etano no mercado internacional, pelo efeito de estoque de nafta e principalmente pelo aumento dos preços do petróleo e do gás natural.

Já nos EUA e na Europa, o recuo é explicado, segundo a companhia, mais pela apreciação do real frente ao dólar.

No cenário doméstico, a petroquímica contou ainda com uma queda de 11% da demanda por resinas, apesar de a empresa afirmar ter ganho market share puxada pelo setores de bens de consumo e agrícola. A taxa média de utilização das centrais caiu dois pontos percentuais no ano, para 74%.

Nos EUA, a demanda por PP caiu 7% no ano, bem como na Europa, por conta de estoques e também pelo cenário macroeconômico. A taxa média de utilização de plantas da Braskem nos EUA e na Europa abaixou, nos dois casos, 17 pontos, para 81% e 79%, respectivamente.

O México foi único mercado que contou com aumento da demanda por resinas, de 17% no ano, com a taxa de utilização saindo de 58% para 67%.

Braskem fecha junho com dívida bilionária 

Nas despesas financeiras, houve uma queda de R$ 2,8 bilhões do balanço, ante saldo positivo de R$ 1,05 bilhão no segundo trimestre de 2021. 

De acordo com a Braskem, o principal impacto foi da depreciação do real e da amortização de custos de transação. 

A petroquímica fechou o mês de junho com uma dívida líquida de R$ 4,6 bilhões, alta de 3% no ano.

A empresa, que registrou R$ 7,7 bilhões em provisões relacionadas a prejuízos causados por afundamento de solo em Maceió, teve consumo de caixa de R$ 665 milhões relacionado à capital alagoana no segundo trimestre ante R$ 732 milhões no mesmo período do ano passado e R$ 643 milhões nos três primeiros meses de 2022.

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A Braskem encerrou junho com alavancagem em dólares de 1,22 vez ante 1,1 vez ao final do primeiro semestre do ano passado. A posição de caixa ficou em US$ 1,9 bilhão de, “patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 66 meses”, afirmou a companhia.

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