Os estudos para que a Braskem (BRKM5) migre para o Novo Mercado da B3 avançaram, de acordo com o CFO (Chefe do Setor Financeiro), Pedro Freitas, durante coletiva para comentar os resultados do primeiro trimestre da petroquímica, nesta quinta-feira (12).
Freitas explicou que a Braskem já apresentou esses estudos para seus acionistas Petrobras e Novonor, antiga Odebrecht, e que ambos já estão dialogando sobre o tema.
“A Braskem apresentou para os acionistas os estudos e uma proposta de um novo estatuto adequado ao novo mercado. Eles estão dialogando entre si sobre a proposta e sobre um potencial novo acordo de acionistas. Não participamos das discussões, mas acreditamos nesse diálogo”, disse Freitas.
O CFO também falou sobre a venda das ações PNs da companhia. Em dezembro, a petroquímica foi informada pelos seus acionistas que o planejamento era vender as ações PNs para, em seguida, realizar a venda das ações ON.
“Dentro desse plano, eu acho que, dada a situação de mercado, a oferta das PNs ainda não foi concluída. Não temos uma oferta em andamento neste exato momento. Os estudos avançaram e a gente tem um rascunho do que seria esse novo estatuto”, salientou.
Questionado sobre os pilares estratégicos da companhia para 2022, Freitas demonstrou bastante expectativa sobre a captura de ganhos recorrentesde até US$ 302 milhões com o programa “Transform for Value”, enquanto que, em 2021, o ritmo de captura anual foi de US$ 270 milhões.
Perspectivas da Braskem para 2022
Após um primeiro trimestre positivo, a Braskem se mostrou confiante com os resultados ao longo deste ano. De acordo com o CEO (diretor-presidente), Roberto Simões, os bons resultados apresentados foram possíveis “graças à estratégia de diversificação de matérias-primas e fornecedores e de internacionalização”.
Segundo Simões, a petroquímica segue comprometida com alocação de capital eficiente e retorno aos acionistas, o que é evidenciado pela distribuição de dividendos de R$ 7,35 bilhões, ou 77,5% do lucro líquido ajustado em 2021.
Freitas também comentou sobre a diversificação da matéria-prima: “Nesse cenário, a Bahia passa a rodar com etano, capturando essa competitividade dentro do volume que a gente consegue”.
Quanto aos spreads petroquímicos, apesar de os números do primeiro trimestre terem ficado em linha com o esperado, eles permanecem acima da média histórica.
“A expectativa era de redução. Hoje, os spreads estão em patamar acima da média histórica, mas abaixo do ano passado. A normalização talvez tenha sido um pouco mais forte do que o esperado em polietileno no Brasil, mas ainda assim o patamar é bastante saudável”, comentou Freitas.
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A Braskem não vê, neste momento, risco de falta de resinas no mercado nacional. Vale lembrar que isso ocorreu no início do ano passado.