Braskem (BRKM5): Novonor ganha tempo para venda

A operação segue para 2023 após o acerto com os credores, mas pode mudar com a troca de comando na Petrobras

A Novonor – antiga Odebrecht – chegou a um entendimento com os bancos que detêm ações da Braskem (BRKM5) como garantia a dívidas de R$ 14 bilhões, e ganhou mais tempo para vender sua participação na petroquímica brasileira. De acordo com o “Valor”, a operação segue no foco para 2023 após o acerto com os credores, mas ainda pode mudar com a troca de comando na Petrobras (PETR4). 

O discurso dentro da Novonor é de que o destino da fatia na Braskem é o desinvestimento e a retomada dos negócios, que se dará por meio da construtora OEC. 

Única proposta na mesa, as negociações com a gestora americana Apollo continuam. Ainda assim, no mercado, há dúvidas sobre a disposição da Novonor de sair totalmente da controlada.

Com Banco do Brasil, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Bradesco, Itaú e Santander, a ex-Odebrecht ainda tem um “acordo de inação”, que impede que as instituições financeiras executem as garantias e assumam as ações da petroquímica. 

Um novo acordo deve ser celebrado entre Novonor e credores quando houver clareza quanto ao formato de venda das ações da Braskem. Outra possibilidade que voltou ao radar é a venda da dívida da holding que é garantida pelos papéis.

De acordo com a publicação, o BTG Pactual, cuja proposta inicial de compra da dívida foi descartada pelos bancos por causa do excessivo desconto proposto, estaria tentando voltar ao jogo.

A Apollo e a J&F Investimentos, dona da JBS, estão engajadas em conversas com Novonor e já acessaram informações sobre a petroquímica. Já a Unipar, que acaba de contratar o ex-diretor financeiro da Novonor Marco Rabello para a mesma posição, chegou a apresentar uma proposta pelos ativos da concorrente em São Paulo, com exceção da unidade de polipropileno em Paulínia (SP). 

A proposta embutia valor equivalente a R$ 60 por ação, mas o prazo expirou e a empresa ainda não voltou à mesa de negociações.

Até o momento, a proposta que mais evoluiu foi a da gestora americana. No entanto, o preço não agrada Novonor e Petrobras, além dos credores. 

O valor oferecido, de R$ 47 por ação, embute um prêmio importante frente aos cerca de R$ 25 da cotação atual do papel PNA na B3. Mas está abaixo do preço-alvo médio de 13 instituições financeiras para a ação, de R$ 54,50, e ainda mais distante da maior das projeções, de R$ 78. 

Na Novonor, o plano oficial de reconstrução é via OEC, braço de construção que foi a origem do conglomerado. A empresa deve encerrar 2022 com receita de R$ 4,2 bilhões, alta de 45% em relação a 2021, segundo a publicação. 

A OEC tem conquistado contratos relevantes, no Brasil e em países como Estados Unidos, Peru e Angola. Neste ano, foram incorporadas obras de R$ 5,2 bilhões.

Nos últimos dois anos, a OEC – e o setor de construção pesada como um todo – viu seu plano de retomada ser duramente impactado pela pandemia e pelas turbulências macroeconômicas. 

Braskem (BRKM5): ação tenta anular venda da Triunfo à companhia

A Petroplastic entrou nesta terça-feira (06) com uma ação popular no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a venda da Petroquímica Triunfo, da Petrobras (PETR3;PETR4) para a Braskem (BRKM5), do grupo Odebrecht, segundo informações do jornal “O Estado de S. Paulo”. A transferência em questão foi concluída em 2009.

O empresário Caio Gorentzvaig, dono da Petroplastic, afirmou no processo que houve uso indevido do patrimônio público para criar um monopólio privado. Ele ainda alegou que a transação eliminou ‘toda e qualquer concorrência nacional’ e fez com que a Braskem despontasse isolada no setor.

“A Petrobras comprou todos os ativos petroquímicos que tinham relevância no País, pagando por eles quantias bilionárias. Depois, parte desses ativos foi alienada, sem qualquer formalidade exigida pela lei e pela Constituição, mediante incorporação na empresa privada Braskem, agigantando o seu patrimônio”, afirmou no processo.

Ainda, a alegação aponta que a incorporação da Petroquímica Triunfo pela Braskem ocorreu em ‘condições privilegiadas’ e que a operação não poderia ter sido realizada sem um processo de desestatização ou de alienação das participações minoritárias.

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