Braskem (BRKM5): venda de parte da Petrobras (PETR4) fica incerta

A venda da fatia da Petrobras (PETR4) na Braskem (BRKM5) tornou-se incerta após a vitória do presidente Lula (PT)

A venda da fatia da Petrobras (PETR4) na Braskem (BRKM5) tornou-se incerta após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com informações do “Valor”. A petroleira contratou o banco J.P. Morgan para assessorá-la na operação no ano passado, quando a Novonor (ex-Odebrecht) decidiu vender sua participação.

Com a venda das ações da Novonor, a Petrobras poderá exercer ou não o direito de preferência de aquisição da fatia do sócio, também negociar sua parte ou continuar no negócio. Novonor, com 38,4% do capital total, e Petrobras, 36,15%, fazem parte do bloco de controle da Braskem. 

Ainda de acordo com à publicação, a estatal estava disposta a vender sua participação caso a oferta fosse interessante. Entretanto, com a vitória petista, a expectativa é que a petroleira reavalie o plano de deixar de participar da indústria petroquímica, já que o futuro governo já se mostrou contrário a privatizações. 

O ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, tem participado do grupo que assessora o PT em relação ao futuro da estatal. Ele é um dos grandes críticos à estratégia da estatal de se concentrar na exploração do pré-sal e defensor da participação também na petroquímica.

Gabrielli disse que vê sinergias entre refino e petroquímica, mas que só o futuro governo poderá falar sobre a estratégia da Petrobras para o setor. Em contrapartida, a família Odebrecht terá de se desfazer do negócio e a eleição de Lula não altera esse processo.

Contudo, não está claro se os potenciais compradores manterão uma oferta apenas pela fatia da controladora, caso a Petrobras decida permanecer no capital da petroquímica. 

Braskem recebe nova proposta da Apollo

A companhia recebeu nova proposta da Apollo, que elevou a oferta para R$ 47 por ação, mas não há negociações formais em andamento, segundo a publicação. A gestora americana fará uma “due dilligence” (auditoria) para levar adiante o negócio, mas isso não é mais um fator condicionante.

A principal preocupação dos norte-americanos é com os ativos em Alagoas. Embora a Braskem tenha avançado bastante nas tratativas com autoridades sobre o afundamento do solo em Maceió, o entendimento é que ainda há riscos, inclusive financeiros. O montante provisionado para cobrir as despesas com o problema geológico está em R$ 12,9 bilhões até o momento.

Uma parte dos credores acredita que o valor das ações da Braskem pode se recuperar no futuro, mas não há expectativa de que os papéis possam ser vendidos em bolsa no curto prazo. Os bancos esperam por uma melhor proposta para a compra da Braskem, sobretudo de investidores estrangeiros.

Além da Apollo, outras companhias se mostraram interessadas na compra da Braskem: Unipar, o banco BTG Pactual e a holding J&F Investimentos, controlada por Joesley Batista. A J&F está sendo assessorada pela CF Partners, de Carlos Fadigas (ex-presidente da Braskem).