Os bancos que compõem o consórcio escolhido pela Braskem para a venda das ações da petroquímica brasileira na B3 estão trabalhando para concluir a operação de “follow-on” para o fim de janeiro, disseram três fontes próximas do assunto.
A meta é arrecadar entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões com a negociação dos papéis preferenciais (PNs) da companhia. No entanto, a operação vai depender muito das condições favoráveis de mercado.
A negociação em bolsa só irá envolver as ações PNs da Novonor (ex- Odebrecht) e da Petrobras, as duas acionistas fazem parte do bloco de controle da petroquímica brasileira. Esse movimento é de extrema importância para que a Novonor consiga quitar grande parte das suas dívidas com os bancos credores, que possuem ações da petroquímica como uma garantia.
No total, as dívidas do grupo baiano com os bancos já somam aproximadamente R$ 15 bilhões. Em junho de 2019, o conglomerado entrou em recuperação judicial com débitos de quase R$ 100 bilhões.
O otimismo é visto por uma fonte ligada aos credores, que acredita que a captação pode chegar a R$ 10 bilhões, mas o consórcio de bancos trabalha com valor mais conservador, algo em torno de R$ 9 bilhões. Ambas estimativas consideram a venda de 100% das ações preferenciais que ambas detêm.
Sob coordenação do Morgan Stanley, o BTG Pactual, Bradesco, Itaú, Citi, Santander e UBS-BB fazem parte do sindicato de bancos envolvidos com a operação. As fontes disseram que o pool de bancos trabalha para tornar a oferta subsequente de ações com esforços no Brasil e no exterior. Existe uma expectativa de que fundos institucionais, que já são acionistas minoritários do grupo brasileiro, participem da operação.
Nesta quarta-feira (6), o valor de mercado da Braskem fechava em R$ 42,4 bilhões. No fim do dia, as ações preferenciais da companhia encerravam em R$ 53,77, com uma baixa de 4,8%, mas com valorização de 160% em um ano.
Enquanto isso, as ações ordinárias fecharam cotadas a R$ 52,85, baixa de 3,9% no dia, porém com alta acumulada de 137% em 12 meses, de acordo com o Valor Data.
A Novonor possui 38,4% do capital total da companhia e, Petrobras, 36,15%. O plano dos acionistas é começar com a venda dos papéis preferenciais, que equivalem a 20% do capital total. A expectativa é que, após essa operação, a petroquímica migre para o Novo Mercado da B3, o mais elevado em governança na bolsa.