Briga entre bancos e fintechs é a ‘ponta do iceberg’

Instituições financeiras têm debatido nas redes sociais sobre as tarifas dos bancos e as regulações das fintechs

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Zetta, associação fundada pelo Nubank, Mercado Pago e Google, seguiram debatendo nas redes sociais sobre as tarifas dos bancos e as regulações das fintechs.

Em comunicado, a Febraban disse que o Nubank cobra juros mais altos dos seus clientes em relação aos grandes bancos brasileiros. Ainda segundo a Federação Brasileira de Bancos, “na última semana de agosto, a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, MAIOR que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%”.

“A ‘verdade’ verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas ‘meia entrada’ e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas”, alegou. 

Em resposta, a Zetta lamentou que “a Febraban evite a discussão sobre a elevação das tarifas bancárias acima da inflação” e “tente confundir a opinião pública a respeito de temas importantes sobre a concorrência no setor de serviços financeiros”. Conforme a associação, a assimetria regulatória favorece os bancos tradicionais.

De acordo com o NeoFeed, nas discussões entre a Febraban e a Zetta “há bem mais do que um bate-boca nas redes”. Segundo o site, o ponto inicial seria uma ação de marketing realizada pelo Mercado pago em que pessoas vestidas de tiranossauro-rex tentam entrar em uma agência bancária para pedir crédito, o que teria feito os banqueiros se sentirem desrespeitados. 

A rivalidade entre os bancos tradicionais e as instituições digitais acontece diante da diferença de ferramentas e produtos propostos, algo semelhante ao ocorrido entre os ubers e taxistas. 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desde que assumiu o cargo tem organizado ações para modernização do sistema financeiro, sendo que algumas delas não têm gerado aprovação dos membros da Febraban.

“O regulador ficou tão preocupado em lançar produtos que deixou sua função de lado”, diz outro profissional de mercado. “A função principal do Banco Central é controlar a política monetária e temos uma inflação que está indo para as alturas, a taxa de juros subindo e o dólar também”, declarou um profissional do mercado.