O programa brasileiro de concessões da área de infraestrutura prevê atrair cerca de R$ 260 bilhões de investimentos privados até o fim de 2022. São projetos de aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, mobilidade urbana e saneamento básico.
A previsão da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de base (Abdib) também revela números promissores. O cálculo projeta que os setores de transporte e saneamento deverão atrair em torno de R$ 160 bilhões de investimentos até 2026.
Neste cenário otimista sobre o setor de infraestrutura, os Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIP-IE) surgem como produtos ainda pouco explorados no Brasil com potencial de altos rendimentos. Além de destacar-se por apresentar estabilidade de geração de caixa ao focarem em concessões de serviços do chamado monopólio natural, como saneamento, energia, transporte e logística.
Os Fundos de Investimento em Participações são diferentes da maioria dos fundos de investimento oferecidos pelo mercado. Um FIP pode comprar ações de companhias de capital aberto, debêntures conversíveis, bônus de subscrição, mas também pode investir em empresas de capital fechado.
No mercado brasileiro, o FIP BRZP11 (BRZ Portos) é um dos principais FIPs disponíveis aos investidores qualificados atualmente. O Fundo BRZP11, que tem como estratégia investir em companhias do setor portuário brasileiro e participar da sua gestão de forma ativa, nasceu com participação societária indireta no Porto Itapoá, região que é uma dos maiores e mais eficientes terminais portuários de contêineres do Brasil e, hoje, o Fundo detém participação indireta de 22,9% na Itapoá Terminais Portuários S.A.
O Porto de Itapoá, por sua vez, concluiu nos últimos dias de dezembro de 2021 uma captação de R$ 750 milhões, que será usada para a expansão do terminal, localizado na costa norte de Santa Catarina. A ideia é ampliar a capacidade de movimentação, atualmente de 1,2 milhão de TEUs (contêineres de 20 pés) por ano, para 1,6 milhão de TEUs.
Prova de que o setor é uma obra em expansão, pode ser observado que ao completar dez anos de operação, o Porto Itapoá se consolidou como o quinto maior porto do Brasil em movimentação de contêineres, com crescimento de mais de 12% no último ano. Desde 2018 o empreendimento possui uma capacidade de movimentação de 1,2 milhão de TEUs por ano.
Os FIPs tipicamente investem no capital de ativos e/ou empresas que realizam novos projetos de infraestrutura. Segundo normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tanto os FIDCs como os FIP-IE só podem ser adquiridos pelos investidores que possuem patrimônio superior a R$ 1 milhão (os investidores qualificados ou profissionais).