O regulador antitruste Cade aprovou preliminarmente, na sexta-feira (19), a compra das operações hoteleiras da AccorInvest no Brasil pelos fundos geridos pelo BTG Pactual (BPAC11) por R$ 1,7 bilhão, segundo apuração da “Reuters”.
O plano dos fundos do BTG é adquirir todos os 18 hotéis da AccorInvest no Brasil, totalizando 2.600 quartos, disseram três fontes a par do tema.
Três fundos administrados pelo BTG receberam os hotéis serão distribuídos, além disso, o montante de R$ 1,7 bilhão também compreende investimentos nas propriedades, segundo as fontes.
A Accor seguirá operando os hotéis. Enquanto isso, o novo portfólio incluirá o Fairmont Copacabana e o antigo Caesar Park, renomeado para a marca Sofitel, ambos no Rio de Janeiro, disseram as fontes, de acordo com o veículo de notícias.
A partir dessa aprovação preliminar, o acordo pode ser contestado em até 15 dias pelos membros do tribunal do Cade e as partes interessadas.
O negócio garantirá aos fundos administrados pelo BTG a posse de 54 hotéis com aproximadamente 4.300 quartos no Brasil, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
A pretensão do BTG é finalizar a aquisição até o final deste ano. O banco está em negociações com a Accor desde o início do ano, disseram fontes.
Os fundos envolvidos na transação devem focar no fechamento do negócio a partir de agora, mas ainda enxergam oportunidades futuras no segmento hoteleiro no Brasil, indicaram as fontes.
Os fundos do BTG têm 5,5 bilhões de dólares em ativos sob gestão no setor imobiliário, a maior parte no Brasil.
BTG: otimismo e diversificação impulsionam investimento em hotelaria
Mais um movimento do BTG Pactual (BPAC11) no setor hoteleiro chamou a atenção do mercado nos últimos dias. O banco adquiriu 18 hotéis da Accor no Brasil por R$ 1,7 bilhão. Estabelecimentos de grande destaque como o Fairmont Rio, o Sofitel Ipanema e o Ibis fazem parte da operação.
A mais nova compra consolidou o BTG como o maior proprietário de hotéis do Brasil. São, ao todo, 54 estabelecimentos, somando cerca de 5 mil quartos.
O especialista em investimentos Guylherme Mattos explicou que, devido às variações cambiais, brasileiros que antes preferiam realizar viajens internacional têm apostado em destinos dentro do país, o que gera uma demanda adicional por infraeestrutura hoteleira.
“Esse investimento [do BGT] mostra um pouco do otimismo que se tem do setor, que já está demostrando um crescimento mesmo no curto prazo e, no longo prazo, há uma previsão de continuar crescendo. Para o investidor, isso se torna uma forte opção de diversificação no seu investimento”, destacou Mattos.
Na avaliação de Bruno Rocio, assessor de investimentos da Raro Investimentos, a operação é um movimento significativo tanto para o mercado financeiro quanto para o setor de hospitalidade no Brasil.
Segundo ele, a transação traz “insights importantes” sobre a confiança no setor e o papel dos investimentos estratégicos em um cenário econômico desafiador.
“Me parece que essa compra de uma carteira substancial de hotéis denota que o BTG acredita fielmente no potencial de recuperação e crescimento do turismo no Brasil, mesmo após os desafios enfrentados pelo setor durante a pandemia”, disse Rocio.