Especialistas avaliam

BTG: otimismo e diversificação impulsionam investimento em hotelaria

O banco adquiriu 18 estabelecimentos da Accor no Brasil por R$ 1,7 bilhão, consolidando-se como o maior proprietário de hotéis do Brasil

IBIS
Foto: Divulgação

Mais um movimento do BTG Pactual (BPAC11) no setor hoteleiro chamou a atenção do mercado nos últimos dias. O banco adquiriu 18 hotéis da Accor no Brasil por R$ 1,7 bilhão. Estabelecimentos de grande destaque como o Fairmont Rio, o Sofitel Ipanema e o Ibis fazem parte da operação.

A mais nova compra consolidou o BTG como o maior proprietário de hotéis do Brasil. São, ao todo, 54 estabelecimentos, somando cerca de 5 mil quartos.

O especialista em investimentos Guylherme Mattos explicou que, devido às variações cambiais, brasileiros que antes preferiam realizar viajens internacional têm apostado em destinos dentro do país, o que gera uma demanda adicional por infraeestrutura hoteleira.

“Esse investimento [do BGT] mostra um pouco do otimismo que se tem do setor, que já está demostrando um crescimento mesmo no curto prazo e, no longo prazo, há uma previsão de continuar crescendo. Para o investidor, isso se torna uma forte opção de diversificação no seu investimento”, destacou Mattos.

Na avaliação de Bruno Rocio, assessor de investimentos da Raro Investimentos, a operação é um movimento significativo tanto para o mercado financeiro quanto para o setor de hospitalidade no Brasil.

Segundo ele, a transação traz “insights importantes” sobre a confiança no setor e o papel dos investimentos estratégicos em um cenário econômico desafiador.

“Me parece que essa compra de uma carteira substancial de hotéis denota que o BTG acredita fielmente no potencial de recuperação e crescimento do turismo no Brasil, mesmo após os desafios enfrentados pelo setor durante a pandemia”, disse Rocio.

Rocio pontuou ainda que o investimento no setor de hotelaria pode ser enxergado como uma estratégia de diversificação de ativos. De acordo com o assessor de investimentos, ativos reais, como hotéis, oferecem proteção contra a inflação e a flutuação dos mercados financeiros, além de oportunidades de valorização do patrimônio.

E os riscos?

Mattos argumentou que, embora o setor hoteleiro possa vir acompanhado de muito lucro, é exposto a diversos riscos, como: ciclos econômicos, dependência de turismo e viagens, concorrência, gestão e liquidez, além dos riscos geopolíticos e ambientais.

O especialista destacou, porém, que é possível ‘driblar’ as ameaças por meio do investimento em diferentes mercados geográficos e segmentos e do equilíbrio de clientes entre viagens de lazer e negócio. Além disso, Guylherme chamou atenção para o câmbio.

“Por exemplo, se o dólar está valorizado, o turismo para o Brasil se torna mais barato, então, há um crescimento da área nesse sentido”, disse Mattos.

Rocio salientou ainda que, em relação às aquisições do BTG, na sua avaliação, a permanência da Accor como gestora dos ativos, mantendo a sua marca e expertise na administração dos hotéis, mitiga os riscos do negócio.

“A Accor possui um portfólio diversificado de bandeiras no Brasil, que vão desde o segmento econômico até o de luxo. Na prática, essa parceria pode fortalecer o relacionamento entre a Accor e o BTG Pactual, otimizando a operação dos hotéis e garantindo a manutenção de um padrão de qualidade internacional”, afirmou Bruno.




Acesse a versão completa
Sair da versão mobile