Logo após a divulgação das acusações de um rombo de cerca de R$ 30 bilhões supostamente causado por manobras tributárias pela Ambev (ABEV3), o BTG Pactual (BPAC11) publicou um relatório sobre o caso. No documento, analistas do banco disseram que enxergam um ruído “exagerado” no caso.
“Os R$ 30 bilhões mencionados na matéria referem-se, na verdade, a estimativas da Receita Federal relativas a créditos tributários acumulados em disputas entre o fisco e as empresas de bebidas. A parte eventualmente relacionada à Ambev é indiscutivelmente muito menor”, comentaram os analistas do BTG Thiago Duarte e Henrique Brustolin.
De acordo com eles, a CervBrasil representa o Grupo Petrópolis e outras cervejarias brasileiras menores que também disputam mercado com a Ambev.
“Eles historicamente se manifestaram e lutaram intensamente contra os créditos tributários gerados por empresas como Ambev e Coca-Cola”, salientaram os analistas.
Os analistas apontam que essa história remonta desde o governo Temer, quando o mesmo passou a tentar reduzir a alíquota do IPI sobre os concentrados, na tentativa de reduzir essa distorção. A alíquota nominal caiu de 20% em agosto de 2018 para 8% agora, o que significa que boa parte do benefício já se foi.
“No caso da Ambev o impacto deve ser ainda menor dado o tamanho do NAB para todo o negócio (7% do nosso EBITDA consolidado 2022E). Portanto, qualquer discussão sobre eventuais mudanças no funcionamento da ZFM deve ser bastante diluída. Para nós, toda essa discussão é coisa velha”, explicou o banco.
Ações da Ambev despencam após acusação de rombo bilionário
Por volta da 13h10 do Ibovespa desta quarta, as ações da Ambev caiam 4,47% e lideravam o ranking das maiores quedas do intradia, sendo negociadas por R$ 13,05.
Às 15h08, os papéis ABEV3 ocupavam o terceiro lugar do ranking negativo. Magazine Luiza (MGLU3) e Eztec (EZTC3) registravam as maiores quedas, com reduções de 5,19% e 4,92%, respectivamente, enquanto que a companhia recuava 4,76%, a R$ 13,01.