Após a Zamp, dona do Burger King (BKBR3), recusar uma proposta de aquisição de controle pela MC Brazil F&B Participações, feita no dia primeiro de agosto pela controlada do Mubadala Capital LLC, o fundo soberano de Abu Dhabi aumentou a pressão nos bastidores para tentar viabilizar seus planos, segundo o “Pipeline”.
De acordo com à publicação, o Mubadala tem deixado claro nos últimos dias que não só descarta aumentar o preço por ação proposto na OPA (oferta pública de aquisição de ações) como avalia zerar sua posição no Burger King se a operação não for adiante.
O fundo tem 4,95% do BK Brasil, rebatizado de Zamp. O Mubadala ofereceu R$ 7,55 por ação, o que no lançamento da OPA, no início de agosto, representava um prêmio de 21,6% sobre o último fechamento.
O Mubadala deseja 45,15% do capital na OPA para atingir 50,1% do BK, assumindo o controle do negócio. O leilão está marcado para 15 de setembro.
Na última sexta-feira (26), o fundo de Abu Dhabi republicou o edital para corrigir pontos técnicos solicitados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), sem mexer no preço.
BTG é contratado pela Zamp, dona do Burger King
O BTG Pactual (BPAC11) foi contratado como assessor e chegou a um valor justo entre R$ 9,6 e R$ 13,47 para a ação do BK. No ponto médio da faixa considerada justa pelos assessores do BK, os papéis saíram a R$ 11,73, custando R$ 1,4 bilhão ao Mubadala – que está disposto a pagar R$ 938 milhões.
Após a manifestação do conselho, Atmos, Fitpart, BW, Mar e Vista Capital registraram publicamente que não têm interesse na proposta feita e não vão aderir à OPA a R$ 7,55 por ação. Esse grupo representa 20,44% do capital da Zamp/BK.
O Mubadala tem US$ 284 bilhões de ativos sob gestão, incluindo uma pequena parcela de capital de terceiros. No Brasil, o portfólio é de cerca de US$ 5 bilhões, tendo o Burger King entre eles. O J.P. Morgan assessora o Mubadala na OPA.