A Superintendência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta sexta-feira (08) a compra do Banco Modal (MODL11) pela XP (XPBR31). A transação foi anunciada em janeiro deste ano, em negócio que avaliou o banco em US$ 528,5 milhões via troca de ações.
No anúncio da compra, a XP divulgou um comunicado antecipando uma possível não aprovação da operação por parte do Cade.
“Se não houver a aprovação da incorporação de 100% das ações do banco, a XP vai incorporar uma fatia equivalente a 55,7% do capital social do Modal detido pelos seus acionistas controladores, que já aceitaram os termos, e garantirá aos acionistas minoritários do Banco Modal o direito de vender sua participação nas mesmas condições”, relatou.
Com a resolução da operação, os acionistas do Modal se tornarão acionistas diretos da XP, por meio de BDRs (certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas que são negociados no pregão da B3). No total, os acionistas do Modal receberão até 19,5 milhões ações da XP. O Modal passará a ser uma subsidiária integral do Banco XP e terá seu registro cancelado na CVM.
Em junho de 2021, o Banco Modal abriu seu capital, com uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) que movimentou R$ 1 bilhão. Após o Cade aprovar sua venda, por volta das 15:10 (de Brasília) desta sexta-feira, as ações MODL11 apresentavam alta de 0,39%, cotadas a R$ 7,77.
Semana tem sido agitada no Cade
A semana tem sido bastante agitada para o Cade. Além da compra do Banco Modal pela XP, o Conselho aprovou o investimento da Gerdau (GGBR4) na Heze I Holding, de propriedade da Shell, petroleira britânica. O aporte visa a criação de uma “joint venture” (empreendimento conjunto) para exploração de um parque de geração de energia solar em Janaúba, em Minas Gerais.
O Cade entendeu que os impactos do acordo na competitividade no setor elétrico serão irrisórios, visto que envolve menos de 10% das vendas comerciais de energia elétrica no Brasil.
O parque deverá ter capacidade instalada de aproximadamente 260 MWW e fornecerá 50% do volume produzido para unidades de fabricação de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução. A outra metade será negociada no mercado livre por meio da Shell Energy Brasil, a comercializadora de energia da Shell.
Com a aprovação do Cade, a parceria poderá viabilizar o desenvolvimento de aproximadamente um terço da capacidade total do parque solar.