Integrantes do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) disseram ao “Valor” que é “quase impossível” aprovar a fusão entre a Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4) sem restrições. A Abra, controlador da Gol, anunciou na quarta-feira (15) a assinatura de um memorando de entendimento para a união entre as duas empresas.
Mesmo com a necessidade de análise detalhada, fontes consultadas pelo jornal disseram que a união, que vai ser uma das maiores analisadas pelo órgão antitruste nos últimos anos, não deve ser reprovada.
Após a notícia de avanço das negociações para a fusão, as ações da Gol e Azul chegaram a subir mais de 10% na quinta-feira (16). Enquanto a Gol fechou o pregão em alta de 4,29%, cotada a R$ 1,70, a Azul cresceu 3,63%, para R$ 4,57.
Cade inicia análise da fusão entre Gol e Azul já com críticas à estrutura de mercado do setor
Internamente, funcionários do Cade comparam a fusão à venda da Oi para a Claro, Telefônica e Tim, segundo o “Valor”. A transação foi aprovada em 2022 em processo desafiador que envolveu polêmicas no Cade.
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A decisão da autarquia sobre o processo deve ser definida apenas nos últimos meses do ano, já com um novo presidente na liderança do Cade, uma vez que o mandato do atual dirigente, Alexandre Cordeiro, termina em julho, disseram as fontes ao “Valor”.
O Cade já tem críticas à estrutura desse mercado, que foram expostas na análise da venda de sete UPIs (Unidades Produtivas Isoladas) da Avianca Brasil, em 2019. No processo, o DEE (Departamento de Estudos Econômicos) da autarquia disse que o setor tem características suficientes para despertar preocupações de concorrência.
“O setor possui particularidades que levam à limitação da competição, como barreiras legais à entrada, barreiras de infraestrutura em aeroportos e altos níveis de investimento para a operação, o que, conjuntamente, torna o mercado bastante concentrado”, disseram os técnicos do órgão, na ocasião.
