A Caixa Econômica Federal bateu recorde no crédito imobiliário, segundo informou o banco na manhã desta quinta-feira (18), ao divulgar os resultados no segundo trimestre deste ano. Líder na oferta de crédito habitacional, o saldo em carteira do crédito imobiliário alcançou R$ 595,2 bilhões no período, 11% superior quando comparado ao segundo trimestre de 2021.
Segundo a Caixa, foram R$ 39,7 bilhões em contratação (considerando recursos SBPE e FGTS), 9,6% maior se comparado ao mesmo período do ano passado e o maior volume de contratação trimestral da história.
O banco seguiu crescendo no agronegócio. No segundo trimestre, o saldo em carteira totalizou R$ 30,8 bilhões, crescimento de 202,3% em 12 meses. À pessoa física, totalizou R$ 19,6 bilhões, alta de 253,9% em relação ao mesmo período de 2021.
“A CAIXA pretende manter contínuo crescimento no crédito rural, expandindo sua carteira de forma robusta e sustentável, posicionando a empresa como referência no mercado do agronegócio”, diz o banco.
Já a carteira de crédito ampliada encerrou o período com saldo de R$ 928,2 bilhões, aumento de 13,7% em relação ao segundo trimestre de 2021.
Nos últimos três meses, foram concedidos R$ 127,8 bilhões em crédito para a população brasileira, aumento de 18,6% em relação ao 1º tri deste ano e 17,5% em relação ao 2º tri do ano passado.
A inadimplência da carteira de crédito fechou o período em 1,89%, redução de 0,57 p.p. sobre o 2º trimestre de 2021. A cobertura da provisão finalizou o trimestre em 244,6%.
O banco informou que segue realizando ações de desconto para regularização de dívidas. No primeiro semestre, a Caixa disse que já foram recuperados mais de 168 mil contratos comerciais em prejuízo.
Com a recuperação desses contratos, já houve recebimento de R$ 322 milhões à vista, relativos à regularização de R$ 868 milhões de dívida original, de mais de 137 mil clientes.
A margem financeira do banco alcançou R$ 12,7 bilhões no período, decorrente dos aumentos de 15,5% nas receitas de operação de crédito, 17,1% em resultado de aplicações interfinanceiras de liquidez e 6,4% em resultado com operações de títulos e valores mobiliários.
As receitas da carteira de crédito totalizaram R$ 23,9 bilhões no segundo trimestre, aumento de 42,6% em relação ao mesmo período de 2021, alavancadas pelo crescimento, em 12 meses, de 278,6% no agronegócio, 86,0% em saneamento e infraestrutura, de 38,5 % em habitação; de 34,6% em crédito para pessoa física e de 56,2% em crédito para pessoa jurídica.
Já nas receitas de prestação de serviços, a Caixa auferiu R$ 6,2 bilhões no segundo trimestre, aumento de 2,6% em comparação ao segundo trimestre deste ano e 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado, com aumento no trimestre de 36,4% em receitas com produtos de seguridade e de 4,6% em cartões de débito e crédito.
Caixa vê lucro líquido cair
A Caixa também apresentou um lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no segundo trimestre deste ano, queda de 27,9% em relação ao primeiro trimestre deste ano, quando registrou um lucro líquido recorrente de R$ 2,5 bilhões.
Ante o segundo trimestre de 2021, quando o lucro foi de R$ 6,260 bilhões, houve queda de 70,7%.
As despesas administrativas totalizaram R$ 9,2 bilhões no segundo trimestre, aumento de 9,9% em relação ao mesmo período de 2021.
De acordo com a Caixa, como a alta é inferior à inflação do período, isso “demonstra o controle dos custos administrativos que está em linha com as ações de otimização em curso” no banco.
Os ativos do banco totalizaram R$ 1,5 trilhão, aumento de 2,0% em relação ao segundo trimestre de 2021, valor influenciado pelo aumento de 13,7% na carteira de crédito ampliada, frente a redução de 12,7% em TVM e derivativos.
Ainda segundo a Caixa, já foram emitidos 348,8 mil novos cartões do CAIXA Tem, destinado aos clientes detentores de conta poupança digital, em especial beneficiários dos programas sociais.
As loterias da Caixa arrecadaram R$ 5,4 bilhões no segundo trimestre, valor 23,3% maior que o mesmo período de 2021.
Os resultados divulgados pela Caixa nesta quinta (18) são referentes aos últimos meses da gestão do ex-presidente Pedro Guimarães, que pediu demissão do banco no início de julho após ser acusado de assédio sexual por funcionárias. Daniella Marques assumiu o cargo em seguida.