A Caoa anunciou 800 novos empregos diretos em sua unidade localizada em Anápolis (GO), além de um plano de investimentos de R$ 3 bilhões para os próximos 5 anos. O anúncio ocorreu na manhã desta terça-feira (29), na fábrica da Caoa Montadora, em Anápolis, e contou com a presença do presidente da empresa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho que agradeceu a participação das autoridades na cerimônia. Participaram do evento o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela.
Segundo Carlos Alberto Filho, com esse investimento será possível aumentar a produção dos veículos CAOA Chery, em especial do modelo Tiggo5X Sport que terá sua capacidade ampliada em 150 %, além da multiplicação do número de postos de emprego.
“Com este plano que estamos apresentando, a CAOA prevê a geração de 800 novos empregos diretos. Somos uma empresa nacional e acreditamos no Brasil. Vamos continuar investindo em novos produtos, renovação dos atuais, além da introdução de novas tecnologias de eletrificação”.
A previsão de investimentos engloba não somente a área de novos veículos e manufatura. O projeto prevê também a manutenção de investimentos nas áreas de Marketing e Pós-Venda da CAOA, este último, comprovadamente um dos mais eficientes do País, e ainda na ampliação de sua Rede de Concessionárias para uma maior capilaridade na distribuição.
A direção da empresa reiterou o objetivo de seguir investindo em Pesquisa e Desenvolvimento local, valendo-se principalmente da qualificada mão-de-obra da região. Atualmente, a CAOA conta com um dos principais Centros de Pesquisa e Eficiência Energética do País e por meio dele são feitas parcerias com universidades estaduais e federal de Goiás.
Recentemente, neste mesmo Centro de Pesquisas e Eficiência Energética (CPEE) da CAOA, foi inaugurada a maior fachada de vidro com filmes solares do mundo. Os vidros do edifício receberam Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV), em uma superfície de 850 m2 que gera energia elétrica sustentável com a incidência de radiação solar.
Carros elétricos: multiplicar pontos de recargas ainda é desafio
Com a confirmação da instalação de sua primeira fábrica de veículos elétricos no Brasil, a montadora chinesa BYD despertou o interesse dos consumidores brasileiros. De acordo com a fabricante, o BYD Dolphin – quinto veículo de passeio da montadora no país – alcançou as 1.254 unidades vendidas, um recorde para um veículo elétrico no Brasil.
Porém, com a iminente popularização dos carros elétricos, uma outra questão vem à tona: onde esses carros serão recarregados para poder circular nas ruas do Brasil? Segundo a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos) hoje existem pouco mais de 3500 pontos de recargas espalhados pelo País, sendo que quase 50% desse total está concentrado no estado de São Paulo.
Para reverter esse quadro, a aposta de empresários do setor ouvidos pelo BP Money é de que a oferta de pontos de recarga acompanhe a popularização dos veículos elétricos no Brasil.
“A gente deveria ter uma relação de 1 carregador para cada 10 carros elétricos em circulação, que é a média europeia, norte-americana, mas ainda não é a realidade do Brasil. Então, quando a gente vê a projeção de uma frota para 2030 de 5% da frota circulante, com base nos 60 milhões de veículos circulando hoje, estamos falando de 3 milhões de carros em 2030 eletrificados. Daria uma demanda de 300 mil pontos de 1 para 10 carros, que é a média mundial. Agora como a gente vai sair desses 3 mil para os 300 mil pontos nos próximos 10 anos? A gente vai ter que ter um crescimento pari passu com o crescimento da frota em si”, projeta o diretor executivo da Voltbras, Bernardo Duriex.
Para o CEO da Tupinambá Energia, Davi Bertoncello, a chegada da BYD, assim como a produção da GWM, montadora chinesa de carros elétricos com fábrica em São Paulo, são os principais incentivos até o momento para o crescimento de pontos de recarga de energia, porém ele cobra mais empenho do poder público para que esse processo possa ser acelerado.
“Sem dúvida é uma iniciativa importante. Porém, quando se compara aos benefícios concedidos aos combustíveis fósseis e sua economia, é muito tímida. Temos uma matriz elétrica 92% renovável e abundante, além de todos os minerais necessários para fabricação das baterias e dos motores. Veículos elétricos são o futuro, não apenas pelas menores emissões, mas principalmente por oferecerem uma melhor experiência. O Brasil precisa adotar uma postura de protagonismo, sob o risco de novamente vivermos em uma situação de reserva de mercado com produtos obsoletos e de pouco interesse comercial internacional. Os empregos de amanhã não estão mais apenas nas linhas de usinagem da indústria tradicional, eles estarão também nas linhas de código do software da indústria da eletromobilidade e das energias renováveis”, pontuou.