A CapTable anunciou nesta segunda-feira (11), o lançamento da CapTable Marketplace, o primeiro marketplace de startups do Brasil. A novidade coincide com a criação da Resolução 88 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em vigor desde 1° de julho. Com a nova legislação, as plataformas têm a possibilidade de intermediar compra e venda de participações em startups.
“Desde 2017, com a Regulação 588 da CVM, as plataformas eram vetadas de fazer essa intermediação de negociação entre investidores para a compra e venda. Elas não poderiam criar um mural de ofertas. A gente aceitava a compra e venda, mas isso não poderia ser facilitado pela plataforma”, relatou o CRO da CapTable, Leonardo Zamboni, ao BP Money.
“Com a criação do Captable Marketplace, os investidores poderão negociar de forma mais rápida e simples suas cotas de investimentos em startups. Isso trará mais liquidez para esta modalidade de investimentos, uma das principais dores do mercado”, afirmou Paulo Deitos, cofundador da Captable.
Com a nova regra da CVM, Zamboni revelou que a empresa se animou, pois isso significaria um crescimento ainda maior da CapTable e do setor de venda de startups.
“Foi uma inovação fantástica. A gente entende o que foi o mercado desregulado para 588, que era a regulação anterior. Em 2017, primeiro ano de 588, foram captados 12 milhões. 2021, 188. E a quantidade de investidores saltou de mil para 20 mil. Num mercado que não registrava liquidez e restringia a quantidade investida por investidor”, ressaltou.
Explicando sobre o funcionamento do marketplace, o CRO da CapTable afirmou que a plataforma não realizará nenhuma forma de indução, fazendo com que o comprador tenha autonomia para realizar a oferta que achar justa.
“O comprador vai selecionar a oferta , vai ver as informações sobre as startups, todos os relatórios atualizados e vai fazer uma oferta de compra e vai definir esse valor. Cabe ao vendedor aceitar ou não. Em nossa plataforma, o valor mínimo investido é de R$ 1000”, disse.
Zamboni, no entanto, disse que existem algumas regulações no processo de compra e venda de participações em startups.
“A CVM colocou uma limitação de quem só pode comprar quem é investidor ativo da plataforma nos últimos dois anos. Vai acontecer casos de alguém comprar uma participação primária, para depois comprar uma secundária”, explicou.
A projeção da plataforma é que inicialmente cerca de 30% de sua base de investidores utilize o marketplace e que este número varie de acordo com as cotas de investimentos que serão oferecidas no espaço para negociação. No primeiro dia, será possível negociar cotas de startups dos mais variados ramos de atuação.
Desde 2019, ano de sua criação, a Captable trabalha com mais de 6 mil investidores ativos, que aportaram mais de R$67 milhões em startups como Alter, Trashin, Hiperdados, Zletric, Quadrado Express e Essent Agro.