A presidente do Conselho do Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Trajano, anunciou o carnê do Magalu que irá oferecer crédito pré-aprovado para pagamentos feitos por ele. Mas como irá funcionar o esquema anunciado pela varejista?
Em nota, a empresa afirma que o crédito poderá ser utilizado por mais de 10 milhões de consumidores em lojas presenciais por meio do carnê do Magalu ou do cartão Luiza, nas categorias Ouro e Preferencial, ou para compras no ecommerce, com o financiamento concedido diretamente no carrinho de compras virtual.
A campanha tem como alvo clientes da empresa que se adequam aos critérios de concessão de crédito estabelecidos pelo próprio Magalu e pela financeira do grupo, a LuizaCred. Cerca de 5 milhões de clientes com esse perfil já receberam material de comunicação dirigida.
A campanha do Magalu privilegia os clientes das quase 1.500 lojas físicas da empresa, distribuídas por todo o Brasil. São consumidores que preferem pagar suas contas por meio dos tradicionais carnês ou possuem o cartão Luiza, nas categorias Ouro e Preferencial.
Para os clientes que compram pelos canais online, o Magalu desenvolveu um sistema que identifica aqueles que têm crédito pré-aprovado e concede o financiamento diretamente, no carrinho de compras virtual.
Como funcionará o carnê do Magalu
O BP Money entrou em contato com a empresa para saber como funcionará o Carnê do Magalu. De acordo com ele, o “passo a passo” é padrão, com a única diferença sendo a de que a parte de aprovação de crédito já está realizada e o cliente já sabe o valor que foi liberado para ele.
O procedimento funciona da seguinte forma: o cliente que tem o crédito pré-aprovado pela companhia pode ir até uma loja, comprar o produto desejado e solicitar ao vendedor o pagamento por meio de carnê, fazendo uso desse crédito. Dessa forma, a venda é aprovada e os boletos são emitidos para o pagamento na quantidade de mensalidades que o cliente optar.
Anúncio feito por Luiza Trajano viraliza nas redes sociais
No vídeo em que anuncia o carnê do Magalu, Trajano chega a “apelar” para seus clientes: “Eu sei que aprovar crédito é muito difícil, principalmente nesse momento de crise, de tudo, e eu quero te dar uma notícia: o seu crédito já tá pré-aprovado no Magazine Luiza. Olha, vai ser no carnê, lembra aquele ‘carnêzinho’ gostoso, em prestações que você pode pagar e a gente ainda vai dar um descontinho nos juros. Vá o mais rápido possível a uma loja nossa, por favor”.
O vídeo repercutiu nas redes sociais, com falas da empresária interpretadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) como um pedido de ajuda à empresa, que estaria em más condições por um suposto apoio à esquerda, segundo a crítica de bolsonaristas.
Fato é que as ações da empresa desabaram 67,59% no primeiro semestre de 2022, a R$ 2,34. Segundo analistas, 2022 continuará sendo um ano “muito volátil” para o Magalu e para o varejo em geral, principalmente por conta do cenário macroeconômico e das eleições em outubro.
Em contrapartida, as ações ordinárias do Magazine Luiza acumularam alta de aproximadamente 25% nas duas últimas semanas. O setor de varejo tem sido beneficiado pela expectativa de aquecimento do consumo com a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que liberou o aumento de benefícios em período eleitoral.
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Após o anúncio do Carnê do Magalu, as ações chegaram a saltar mais de 10% na largada do pregão, mas acabaram encerrando a segunda (18) em queda de 0,36%. Nesta terça (19), as ações do Magazine Luiza (MGLU3) operam em queda de 3,25%, cotadas a R$ 2,68, por volta das 11h55, na bolsa de valores de São Paulo (B3).