Otimista, Carol Paiffer vê “Brasil barato” e prevê oportunidades

Em conversa com o BP Money, a empresária acredita que o país precisa de estabilidade para gerar mais investimentos

A CEO da Atom (ATOM3), Carol Paiffer, está otimista em relação à economia brasileira. Em conversa com o BP Money nesta sexta-feira (24), a empresária acredita que o país precisa de estabilidade para gerar mais investimentos.

Paiffer disse que é necessário paciência com as políticas que serão apresentadas pela equipe econômica do novo governo e que mais oportunidades devem ser criadas quando menos ruído for gerado.

“A gente precisa considerar algumas coisas. Apesar de muitas pessoas não estarem entendendo ou insatisfeitas com as decisões do governo, a gente tem que lembrar que o Brasil está muito barato, principalmente no pós-pandemia por causa da relação com o dólar. Então, existe uma entrada de capital estrangeiro muito forte querendo vim para o Brasil. Obviamente, a hora que existir uma estabilidade um pouco maior – e estabilidade significa ter clareza do que vai acontecer, não necessariamente gostar ou desgostar de um governo – isso atrai investidores, porque eles vão saber o que esperar. Inclusive, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é o índice mais importante para qualquer investimento”, argumentou a empresária durante o segudo dia do Bossa Summit 2023

“Então, eu vejo com muito otimismo, principalmente porque o brasileiro é muito criativo. A gente está falando de um país que tem muito problema, e onde tem problema tem solução e daí tem oportunidade de negócio”, acrescentou. 

Futuro dos negócios e empoderamento

Em 2023, a Atom se prepara para alçar novos voos. A empresa de educação quer ampliar seu leque de ofertas de cursos e atingir novos públicos, conforme contou Carol Paiffer. 

“A gente fez algum movimento agora para ter mais educacional voltado para empreendedorismo e criamos o Shark Tank e-Scholl, a primeira escola de negócios, com a bandeira Shark, que só tinha na Austrália. Outra coisa que a gente está desenvolvendo é o Atom Tech, que forma programadores, dando uma atenção maior a parte digital e buscando quais são as novas profissões do mundo digital. Além disso, temos também a área de concursos públicos, porque existe uma demanda gigantesca no Brasil, e agora teremos mais vagas abertas ainda”, comentou.

Uma outra vertente que a CEO destaca é o projeto Ladies, que investe em startups lideradas por mulheres ou que tenham soluções destinadas ao público feminino.

Paiffer conta que decidiu dar o ponta-pé no projeto depois de um desconforto. Ela quis quebrar com os ambientes machistas dos comitês, os quais, não poucas vezes, ela era a única mulher do grupo. Ela então teve a ideia de apresentar o projeto para João Kepler, CEO do Bossanova Investimentos, que bancou a iniciativa.

“Eu fiquei muito feliz, porque a mulher é muito mais aberta a mentorar, dedicar um tempo a essas startups. De cara é o pool que eu mais tenho orgulho dentro da Bossanova, não só pelo fato de ter ajudado a fundar, mas principalmente pelo retorno, pelo cuidado que temos com as startups”, revelou.

“A gente não precisa empoderar as mulheres, a gente já nasceu com poder, mas a gente precisa saber que a gente tem esse poder. A mulher é uma agente de transformação. a mulher precisa assumir o papel dela na sociedade e quando ela assumir, a gente vai mudar rapidamente a história desse país”. finalizou.

Brasil e a necessidade da cultura do investimento

Carol Piffer, em sua palestra no Bossa Summit 2023, comentou sobre a falta de cultura de investimento no Brasil. “Mais de 52% investe na bolsa nos EUA, enquanto no Brasil esse dado é de 3%. Até a quatro anos atrás, tinha mais gente na cadeia do que na bolsa”, disse. Ela explica que isso acontece porque, no Brasil, a sociedade tem uma cultura de endividamento.

“Antes de você saber sobre investir, já te ensinaram a parcelar. A gente precisa mudar essa realidade. Se a gente mudar a cultura do endividamento para a cultura do investimento, a gente vai mudar esse País”, enfatizou.

Segundo a CEO da Atom, é muito difícil para o empreendedor atrair investidor, justamente porque as pessoas não conhecem esse universo. “O que é investimento? Não é o quanto eu vou ganhar de dinheiro, é o impacto que o meu dinheiro vai ter na sociedade”, disse.

Para ela, o Brasil deveria se inspirar nos EUA, já que lá eles têm “orgulho em ver o país deles crescendo”. E finaliza: “Quando você traz uma cultura de investimento, você traz poder para o seu país. É isso que a gente tem que implementar”.

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