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Carrefour (CRFB3) leva 1ª loja Atacadão a Paris após “expulsão”

Após complicações em Sevran, a Rede escolheu Aulnay-sous-Bois para receber a loja

O grupo Carrefour (CRFB3) segue o desejo de abrir sua loja da marca brasileira Atacadão na França. Após a “expulsão” da primeira cidade escolhida, a bandeira optou pela por Aulnay-sous-Bois, localizada a 16km do marco zero de Paris. O investimento para a abertura foi de € 10 milhões (R$ 53 milhões). 

A primeira opção do Carrefour foi Sevran, também na Grande Paris. No entanto, o grupo, em março do ano passado, acabou desistindo de abrir sua loja após o prefeito criar um abaixo-assinado contra a instalação do mercado, chamando a ideia de “desastrosa”. 

A adesão da marca do Carrefour no país enfrenta complicações e oposição de figuras políticas de partidos tanto de esquerda e quanto de direita. Quando apresentada a ideia, a loja foi chamada de “projeto miserabilista”, contudo o manifesto teve baixa adesão dos moradores de Aulnay-sous-Bois – 650 assinaturas das mil pretendidas, segundo apuração da Folha de S. Paulo.

De acordo com o professor Mehdi Chtioui, responsável local pelo partido de esquerda França Insubmissa, o processo de implementação da rede segue em negociação. 

“A situação atual é que estão em andamento procedimentos de demissão e de reclassificação e também estão em andamento negociações entre o Carrefour e os sindicatos”, diss.

Razões da oposição à entrada do Carrefour (CRFB3) na região

Mehdi Chtioui também foi a pessoa responsável pela criação do abaixo-assinado online lançado em julho de 2023 quando houve os primeiros rumores de chegada do Atacadão em Aulnay-sous-Bois. No texto manifesto ele cita alguns problemas como eliminação das prateleiras em favor dos paletes, qualidade e diversidade menor de produtos, salários menores e prejuízo aos compradores que utilizam transporte público para viajar. 

“Nós, deputados, governantes eleitos e forças políticas de esquerda, funcionários e moradores, lançamos uma petição para dizer NÃO AO ATACADÃO!”, é como o texto inicia. 

Em sua conclusão, a declaração classifica que a implementação também é prejudicial por razões socioambientais, pois “ameaça empregos, abre caminho à utilização exclusivamente de automóvel, degrada a oferta comercial e impõe um modelo de consumo que vai contra as questões sanitárias e ecológicas”. 

Na contramão dessas declarações, um assessor do prefeito de Aulnay-sous-Bois, defende a instalação do Atacadão e disse ser “uma solução alternativa e contemporânea ao modelo decadente dos hipermercados”.

Levar a marca brasileira à Europa foi uma das metas do grupo Carrefour (CRFB3) anunciada para 2023. Na época, o CEO mundial da Rede, Alexandre Bompard, esclareceu que pelo formato agressivo de descontos com que a marca Atacadão trabalha “funciona muito bem no Brasil”.