Carrefour planeja investir R$ 2,1 bilhões na conversão de 124 lojas do Grupo Big até o fim de 2023

Em documento publicado neste domingo (12) na CVM, grupo varejista francês apresentou os planos para a incorporação da rede brasileira à operação

Neste domingo (12), o Carrefour Brasil (CRFB3) publicou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o plano para integração do Grupo Big. O documento aponta investimento de R$ 2,1 bilhões na conversão de 124 lojas, um terço da rede varejista brasileira, no processo de incorporação da empresa à companhia francesa. O processo deve ser concluído até o fim de 2023.

A conversão de unidades foi definida da seguinte maneira: 38 lojas do Maxxi Atacado, 28 do Big e quatro do TodoDia passarão a operar sob a marca Atacadão, a operação de atacarejo do grupo Carrefour. Outras 47 unidades do Big passarão a funcionar sob a marca Carrefour e, por fim, sete unidades do Big serão transformadas em lojas Sam’s Club.

Para a transição, 35 lojas devem ser desmobilizadas, com fechamento por dois meses para reformas e reestruturação. As outras 89 lojas parte do plano de conversão não precisarão ser desmobilizadas, mas serão fechadas por três dias para as mudanças.

Do total de investimentos previsto no plano de conversões das lojas do Grupo Big, R$ 1,9 bilhão virá das despesas de capital, o capex, e R$ 200 milhões sairão das despesas operacionais (opex), segundo descrito no documento publicado neste domingo.

Com a conversão das unidades, o Carrefour espera alavancar o volume de vendas no País. Hoje, os hipermercados da bandeira Big vendem R$ 13 mil/m2, enquanto as lojas do Carrefour e Sam’s Club chegam a R$ 23 mil/m2 cada, e o Atacadão, R$ 35 mil/m2. A direção da companhia francesa aponta no documento que há uma “produtividade material a ser conquistada através da conversão de lojas”.

As sinergias mapeadas pelo Carrefour entre as duas empresas indicam incremento de ao menos R$ 2 bilhões por ano até 2025. A soma aponta para R$ 700 milhões vindos dos ganhos em receita, R$ 800 milhões com corte de custos com mercadorias e os R$ 500 milhões restantes em redução de despesas gerais e administrativas.

Integração das redes cria gigante com participação de 25% do varejo brasileiro

O Carrefour concluiu a aquisição do Big na terça-feira 7 de junho, após assinatura de um novo acordo de acionistas. O negócio foi acordado entre as partes em 2021, numa transação fechada pelo  preço de referência de R$ 7,5 bilhões, sendo 70% (R$ 5,3 bilhões) pagos em dinheiro e 30% via entrega de ações (116,8 milhões de ações).

A operação recebeu aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em maio de 2022. A nova gigante do varejo de alimentos no Brasil terá uma rede com 936 lojas, R$ 93 bilhões em vendas líquidas e R$ 6,5 bilhões de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado. É também o maior adquirente de suprimentos do setor, com R$ 75 bilhões em compras por ano junto a fornecedores.

O novo grupo combinado se tornará líder do varejo alimentício no País, com uma fatia de 25% do mercado brasileiro. O conglomerado terá o Carrefour como principal acionista, com 68% de participação, seguido por Península (do empresário Abilio Diniz) e Advent, com 7% e 4%, respectivamente. O grupo Walmart resta com 1%, e outras 20% das ações estão pulverizadas entre vários acionistas.

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