O prejuízo líquido da Casas Bahia (BHIA3) atingiu R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), o resultado foi histórico para o período. As projeções do mercado esperavam um resultado em torno de R$ 700 milhões e R$ 800 milhões, conforme análises de bancos.
O prejuízo da Casas Bahia no 4T23 foi cerca de 6 vezes maior que os números negativos de 2022, quando fechou em R$ 163 milhões. Dessa forma, as ações ordinárias BHIA3 enfrentam forte desvalorização de 6,21%, na sessão Ibovespa desta terça-feira (26), por volta das 15h41 (horário de Brasília).
De acordo com o Valor Investe, o banco Citi vê que os resultados do 4T23 do Grupo Casas Bahia tiveram evolução nas tendência de margens, porém o avanço das receitas foi fraco e os itens não recorrentes ainda afetam muito os números.
Bancos veem sinais de avanços para a Casas Bahia (BHIA3)
João Pedro Soares e Felipe Reboredo, analistas da instituição, disseram que o Ebitda ajustado – em R$ 163 milhões – superou as estimativas pelo bom controle de custos e despesas da varejista no final de 2023.
Apesar disso, o prejuízo líquido de R$ 1 bilhão superou as expectativas, bem como os itens não recorrentes, devido às despesas financeiras maiores. Segundo o Citi, a queda de 16% nas vendas também reflete um panorama de desafios e iniciativas promocionais.
A recomendação do Citi para a Casas Bahia é neutra, com preço-alvo em R$ 10.
Enquanto isso, o Bradesco BBI acredita que os resultados da empresa foram pressionados pelo profundo processo de reestruturação que ela enfrenta, contudo, mostra sinais de avanços em algumas dessas iniciativas.
A equipe do banco, sob liderança de Pedro Pinto, afirmou que o volume bruto de mercadorias em R$ 10,2 bilhões foi pior que o esperado, ao passo que as margens deterioraram devido às perdas de alavancagem operacional.
O BBI espera um início de normalização das margens ainda este ano, com os primeiros resultados do plano de transformação da empresa. A recomendação do Bradesco BBI também é neutra, com preço-alvo de R$ 12.
Por fim, o relatório da XP Investimentos, assinado por Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, diz que a Casas Bahia reportou números fracos, com conjuntura macroeconômica também fraca e difíceis bases de comparação que afetam a receita líquida consolidada.
Segundo o XP, a rentabilidade foi o que enfraqueceu os resultados, em decorrência dos custos de reestruturação. Além disso, o prejuízo foi um reflexo da alavancagem elevada e dos custos de reestruturação não recorrentes.
Assim como os demais, a XP também tem recomendação neutra para a Casas Bahia, com preço-alvo de R$ 8.