Negociação de dívidas

Casas Bahia (BHIA3): justiça aprova recuperação extrajudicial

O mercado encarou com positividade e as ações da varejista fecharam com valorização de 34%

Foto: Divulgação
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O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3), para resolver uma dívida de R$ 4,1 bilhões, foi aprovado nesta segunda-feira (29), pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo, de acordo com a “Reuters”.

O mercado viu com bons olhos o negócio proposto pela Casas Bahia, visto que as ações encerraram o pregão desta segunda-feira com salto de 34%

No pedido feito à justiça, a varejista citou a sexta, sétima, oitava e nona emissão de debêntures ao mercado. Bem como “certas CCBs emitidas junto a instituições financeiras”, disse a empresa em fato relevante divulgado ao mercado. 

Segundo a Casas Bahia, o plano de resolução das dívidas não engloba os valores operacionais devidos, com fornecedores e parceiros, portanto não impacta trabalhadores ou clientes.

Os dois principais credores da varejista já expressaram apoio ao plano, o Bradesco (BBD4) e o Banco do Brasil (BBAS3). Espera-se que haja homologação do plano em até 40 dias, segundo o presidente-executivo, Renato Franklin. 

Casas Bahia (BHIA3) tem estratégia ‘esperta’ e ‘persuasiva’

A medida de recuperação extrajudicial das Casas Bahia (BHIA3) anunciada no fim do último domingo (28) deu conta de movimentar o mercado no início da semana, com os investidores fazendo uma leitura positiva do contexto.

Na Bolsa de Valores brasileira, a B3, os papéis ordinários da varejistas lideraram os ganhos durante a manhã na sessão desta segunda-feira (29), com altas consideráveis, tocando os 20%.

A novidade foi lida como uma estratégia “esperta” e “persuasiva” vindo de uma companhia que pertence a um dos setores mais espinhosos da economia brasileira, que é o varejo.

Ao BP Money, Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital, destaca que o setor de varejo e de eletrodomésticos vem há alguns anos operando com “margens estreitas”, no país. Seja por diversos fatores, que variam dos impactos da pandemia, crise no mercado de chip, à cenário macroeconômico. 

“Se isso não bastasse, com a oscilação de demanda e com a necessidade de financiamento e caixa, em razão dos altos estoques e de uma operação muito onerosa, essas empresas contraíram dívidas”, explica Corano.