Ações disparam

Casas Bahia (BHIA3): otimismo não é à toa, diz especialista

Via (VIIA3) é R$ 20? Analistas comentam futuro das ações da varejista
Divulgação/Casas Bahia

A Casas Bahia (BHIA3) segue movimentando o mercado financeiro. Mesmo reportando prejuízo líquido no 4T24, a empresa mostrou sinais de recuperação operacional, que impulsionou suas ações a uma valorização superior a 100% no mês.

Entretanto, após a divulgação dos resultados, os papéis recuaram 10,26%, sendo negociados a R$ 4,90 às 15h40 (horário de Brasília).

Mesmo assim, os ativos continuam em destaque devido ao movimento de alta que parece misturar um cenário econômico mais favorável com algumas decisões internas.

Vale destacar que só em janeiro de 2025, as vendas no varejo subiram 4,7%, contribuindo para uma visão de que o consumidor está mais confiante, o que naturalmente beneficia empresas como a Casas Bahia, que conta com uma presença forte tanto nas lojas físicas quanto no online.

De acordo com a avaliação de Felipe Sant’Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing, as últimas leituras do Brasil mostraram uma atividade mais fraca, seja na indústria, seja no emprego ou serviços, e isso tira um pouco da pressão da inflação por aqui.

Vale a pena comprar ações da Casas Bahia (BHIA3)?

De acordo com análise de Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da casa de análise Top Gain, a companhia vem de uns anos complicados, com ajustes financeiros e operacionais. Então, mesmo sem uma notícia bombástica, é possível enxergar sinais de recuperação.

A varejista parece estar surfando mais na onda de otimismo do setor como um todo, sem um gatilho tão óbvio. O crescimento projetado até 2032 e os números positivos de vendas no começo do ano mostram que o otimismo não é à toa“, diz o analista.

Por outro lado, Felipe Sant’Anna ainda vê alguns desafios para o papel e alerta sobre algumas cautelas necessárias para os investidores.

Isso porque, segundo ele, um relatório da XP apontou que quase 25% dos papéis estão na posição “short” (apostando na queda). Dessa forma, quando entra um fluxo grande de compras, acaba acionando o stop desses vendedores, uma operação chamada de Short Squeeze.

“Continuo vendo com cautela o setor do varejo brasileiro, sobretudo BHIA3, que não tem uma atuação robusta no digital e ainda aposta em lojas físicas. Graficamente falando, o papel está em queda desde 2020”, conclui o especialista em investimentos do grupo Axia Investing.

Recuperação ganha força e traz aumento nas vendas

A receita líquida da Casas Bahia avançou, acompanhada por um rígido controle de despesas operacionais.

Além disso, a estratégia de alavancagem operacional também ajudou. Isso porque ela sustentou a expansão da margem Ebitda ajustada para 8% – um aumento expressivo de 5,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

O volume bruto de mercadorias (GMV) consolidado cresceu 10%. Ele foi impulsionado pela forte recuperação das lojas físicas (+17% em vendas mesmas lojas, ou SSS) e pela aceleração do marketplace (+24% contra +18% no trimestre anterior).

A companhia também obteve um crescimento robusto no marketplace (3P), consolidando-se como um dos principais motores de sua recuperação. A plataforma cresceu 24%, acelerando em relação ao trimestre anterior.

O segmento de crédito também superou as projeções. O portfólio de crédito da empresa cresceu 17% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses avanços mais do que compensaram a queda de 10% nas vendas do estoque próprio (1P), reflexo da estratégia de otimização do mix de produtos e ajuste nas operações B2B.