O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) divulgou neste domingo (3) uma série de reportagens que expuseram negócios offshore, empresas que executam suas atividades afastadas do seu território de origem, de algumas celebridades e líderes mundiais. A investigação, chamada de “Pandora papers”, conta com mais de 11,9 milhões de documentos confidenciais e a colaboração de meios de comunicação de mais de 100 países.
Em resumo, os negócios offshore não são legais, porém é necessário que os proprietários declarem onde residem, sem nenhum anonimato e contribuindo com as tributações. Nem todas as pessoas citadas são suspeitas de atos ilícitos, mas existem aqueles que podem ser acusados de comportamentos inadequados.
Entre as personalidades que tiveram seus assuntos financeiros revelados, estão 35 líderes mundiais, incluindo presidentes e ex-presidentes, chefes de estado, além de mais de 100 bilionários, envolvendo celebridades como Shakira e Julio Iglesias.
No Brasil, a investigação cita o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, além de deputados federais e senadores.
Confira alguns detalhes de personalidades citadas, conforme informações divulgadas na mídia:
Shakira
A cantora Shakira foi mencionada devido a três empresas registradas nas Ilhas Virgens Britânicas, território caribenho, uma localidade apontada várias vezes como paraíso fiscal por seu regime preferencial de impostos.
Julio Iglesias
O cantor espanhol Julio Iglesias foi citado sendo associado a vinte empresas offshore, também nas Ilhas Virgens.
Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e sua esposa, Cherie Blair, foram mencionados pela aquisição de um edifício vitoriano em Londres, avaliado em cerca de R$ 47,22 milhões.
Cherie Blair utilizou o imóvel como sede de seu escritório. A esposa de Tony Blair, chegou a afirmar que seu marido não esteve envolvido na transação.
Rei Abdullah II da Jordânia
O Rei da Jordânia, Abdullah II, foi citado entre os documentos pela compra de três mansões em Malibu, na Califórnia (EUA), avaliadas em mais de R$ 364 milhões, com operações realizadas por meio de empresas das Ilhas Virgens Britânicas. A investigação reportou ainda que Abdullah II está ligado a cerca de trinta empresas de fachada.