A cobrança de R$ 912 que a Cemig (CMIG4) deveria pagar à Forluz (Fundação Forluminas de Seguridade Social), entidade responsável pela previdência complementar de seus funcionários, foi suspensa pela Justiça de Minas Gerais.
Em comunicado enviado ao mercado nesta quarta (28), a empresa informou que suspensão vale até o trânsito em julgado da sentença de mérito. “Dessa forma, esta ação não gera impacto no caixa da companhia neste momento”, afirmou a Cemig.
A ação movida pelo fundo contra a estatal e suas subsidiárias corre na Justiça desde 2022. A razão foi um déficit de R$ 2,2 bilhões identificado em 2022 no Plano A, criado em 1997.
Conforme o contrato original, eventuais déficits seriam integralmente arcados pelas patrocinadoras, incluindo a Cemig e suas subsidiárias, segundo o Money Times.
Uma liminar foi concedida pela Justiça em maio de 2025, determinando que a Cemig depositasse em juízo R$ 912,2 milhões, que equivalem a 50% do déficit técnico.
“A Cemig reitera seu compromisso em manter os acionistas, o mercado em geral e demais interessados devida e oportunamente informados sobre esse tema, nos termos das normas da CVM e da legislação vigente”, afirmou no documento.
Atualmente, a Forluz tem mais de 22 mil participantes e é o maior fundo de pensão de Minas.
Cemig (CMIG4) vê lucro recuar 10% no 1º trimestre de 2025
A Cemig (CMIG4) registrou lucro líquido de R$ 1,04 bilhão no primeiro trimestre de 2025, resultado 9,9% inferior aos R$ 1,15 bilhão obtidos no mesmo intervalo de 2024.
No entanto, a receita líquida da companhia avançou 9,7% no comparativo anual, atingindo R$ 9,84 bilhões.
O desempenho financeiro foi pressionado por um aumento de 12,2% nas despesas e custos operacionais, que somaram R$ 8,42 bilhões no período.
Um dos principais fatores foi o encarecimento da energia elétrica comprada para revenda, cujo custo subiu 21,5% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 4,26 bilhões no trimestre.
Custo financeiro sobe e dívida avança no início de 2025
A Cemig (CMIG4) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma despesa financeira de R$ 249,6 milhões, o que representa uma elevação de 37,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o valor registrado foi de R$ 181 milhões.
Esse aumento foi impulsionado, sobretudo, pela variação monetária e pelos encargos relacionados às debêntures.
A dívida total da companhia alcançou R$ 15,242 bilhões em março, crescendo 24,1% frente ao final de 2024. O prazo médio de vencimento das obrigações é de 5,5 anos. No mesmo período, a disparidade regional nos preços de energia chamou atenção: nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, os valores ficaram quase R$ 400 acima dos praticados no Nordeste e Norte.