As discussões sobre cibersegurança e combate a fraudes devem avançar neste ano, diante do aumento dos ataques a sistemas e da pressão da sociedade por solução, segundo a previsão de especialistas.
O uso de sistemas automatizados e com inteligência artificial para proteção de informações também segue em trajetória crescente, afirma Thoran Rodrigues, fundador da plataforma de dados BigDataCorp.
O movimento acontece na esteira da LGPD, segundo Rodrigues. Ainda que trate de dados pessoais, ela é positiva para a cibersegurança, porque define com clareza o responsável por proteger as informações, diz ele.
Para o pesquisador André Bordokan, que atua no setor de meios de pagamento, não existe uma bala de prata no combate a fraudes e sim uma série de elementos para elevar o nível de confiança. Ele desenvolveu um sistema que tenta agilizar a identificação de fraudes em transações com cartões para cancelar a operação antes que ela se concretize, nos casos em que o pagador denuncia ter sofrido algum tipo de golpe.
Bordokan afirma que, como a transação carrega informações sensíveis do pagador, que precisam ser protegidas, isso torna mais complexa a comunicação entre a empresa de cartão e o comércio no momento de verificar a denúncia do cliente final.
Com base no algoritmo, que trabalhou no mestrado na escola de engenharia da New York University, ele afirma que é possível facilitar esse diálogo substituindo dados, como os nomes, por uma sequência de caracteres que oferecem um elemento adicional para identificar a transação, sem que seja possível reverter a série e expor a informação.
A preocupação com a segurança se popularizou no ano passado após a adesão explosiva ao PIX no Brasil. Meses após o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos, uma onda de fraudes, golpes e outros crimes envolvendo a tecnologia levou o Banco Central a modificar as regras para tentar conter a ação de criminosos.
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