Cimed investirá R$ 300 mi em projeto espacial

O CEO, João Adibe, afirmou que o montante será investido ao longo dos próximos 5 anos. A primeira pesquisa será sobre proteína do coronavírus

A quarta maior indústria farmacêutica do Brasil, o Grupo Cimed, pretende investir R$ 300 milhões em “experimentos espaciais” ao longo de cinco anos. A expansão para laboratórios no espaço é uma prática comum entre multinacionais globais do setor, a Pfizer e a Merck, por exemplo, possuem pesquisas siderais. O movimento da Cimed possui o intuito de competir com as grandes companhias mundiais do segmento, expandindo-se para o lado científico.

“A Cimed está saindo de uma pegada só de saúde e entrando mais forte nesse lado da ciência. Queremos que o mercado passe a entender a Cimed como uma empresa de biotech, usando o espaço para mostrar que temos tecnologia no nosso negócio”, afirmou o CEO da companhia, João Adibe, ao Brazil Journal.

O empresário explicou que o projeto espacial poderá acelerar drasticamente a pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos feitos em microgravidade. “O experimento vai garantir que a gente lance mais produtos, e produtos cada vez mais inovadores. No espaço as coisas acontecem 10x mais rápido.Você tem um ambiente de radioatividade muito maior no espaço, o que também é um fator externo muito bom para o desenvolvimento de fármacos”, explicou Adibe.
 
O experimento está sendo liderado pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), instituição estatal, porém, o estudo está sendo financiado pela Cimed. A primeira pesquisa custeada pela companhia será um projeto sobre a proteína Nucleocapsídeo do coronavírus, a responsável por causar as infecções da doença em células humanas.

As amostras estão previstas para serem enviadas à Estação Espacial Internacional (ISS em inglês), cerca de 400 km da Terra, no dia 21 de dezembro deste ano. O cientista enviado para o espaço terá a missão de solidificar a proteína do coronavírus, a transformando em cristais.