Cogna (COGN3) tem recuperação, mas cenário difícil pesa, diz BTG

Empresa do setor de educação, a Cogna vê boas perspectivas caso o Fies seja retomado

A Cogna (COGN3) tem mostrado recuperação após anos complicados para a companhia, mas cenário difícil no Brasil, com juros impactando despesas financeiras e a inflação reduzindo suas margens operacionais, ainda deve impactar a empresa, segundo o BTG Pactual (BPAC11). 

Segundo os analistas do banco, Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, a companhia de educação tomou o posicionamento de “falar menos e mostrar mais”, com uma diretoria mais focada em controle de custos, ganho de eficiência e geração de caixa. Mesmo assim, a empresa é realista sobre as perspectivas para o setor.

O banco também disse que, após encontro com a diretoria da Cogna, a percepção de que a empresa está aderindo a esses princípios para reconquistar a confiança do mercado foi reforçada. Ainda, com cenário mais difícil, a Cogna deve ser mais conservadora em relação aos investimentos. 

“A inadimplência foi bastante discutida e a empresa diz que a desalavancagem permanece como um objetivo crítico mesmo estando confortáveis em termos de cumprimento das suas obrigações de dívida”, disseram os analistas.

Em relação ao Fies, a Cogna vê boas perspectivas caso o financiamento estudantil seja retomado. Mesmo após fechar 52 unidades em dois anos para otimizar infraestrutura, as salas de aula da empresa têm 50% de ocupação, o que permite uma expansão da base de alunos.

Resultados da Cogna no 3T22

A Cogna (COGN3) amargou um prejuízo líquido de R$ 211 milhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado anunciado é 39% maior do que o do mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 151,9 milhões. 

Segundo a Cogna, o prejuízo ajustado ficou em R$ 147 milhões ante os R$ 98 milhões do ano passado. De acordo com a “Bloomberg”, o número foi pior que o esperado pelo consenso, que aguardava prejuízo de R$ 186 milhões.

No mesmo período, a receita líquida da empresa de educação teve variação positiva de 4,1%, a R$ 1.022 bilhão, enquanto que o Ebitda recorrente, por outro lado, somou R$ 245 milhões, elevação de 15%.

Por volta das 14h (de Brasília) desta segunda-feira (21), as ações da Cogna (COGN3) tinham baixa de 0,44%, a R$ 2,25.