A Coinbase (COIN) vê suas ações derreterem cerca de 30% nesta quarta-feira (11), após a exchange de criptomoedas divulgar o balanço do primeiro trimestre de 2022. A empresa teve prejuízo líquido de US$ 430 milhões nos três primeiros meses do ano, ante lucro de US$ 840 reportado no último trimestre.
A receita da Coinbase totalizou US$ 1,17 bilhão, contra projeção de US$ 1,48 bilhão dos analistas da Refinitiv. O volume de negociações foi de US$ 331,2 bilhões, queda de 44% na comparação com o último trimestre. Os usuários de transações mensais foi para 9,2 milhões, ante 11,4 milhões no trimestre anterior.
A empresa atribuiu os resultados à “contínua tendência de preços mais baixos de criptoativos e a volatilidade que começou no final de 2021”. Mesmo com o desempenho negativo, a companhia afirmou acreditar que “essas condições de mercado não são permanentes e continuamos focados no longo prazo”.
Neste mês, a Coinbase lançou um mercado de NFTs (Tokens Não-Fungíveis), em uma tentativa de diversificar seus negócios. No entanto, a Coinbase NFT não foi tão bem-recebida pelo público, registrando menos de 150 novos usuários no dia de lançamento.
Com a notícia, as ações da Coinbase (COIN) negociadas no Nasdaq despencaram, chegando a custar US$ 51,51. O valor é muito inferior aos US$ 350 que custava quando a empresa abriu capital na bolsa, em abril do ano passado. No Brasil, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) caem 27,90% a R$ 10,80.
Coinbase e a crise no mercado de criptomoedas
Os resultados negativos da Coinbase no primeiro trimestre de 2022 refletem a queda nos preços de criptoativos. Desde o começo do ano, o mercado de criptomoedas continua a se desvalorizar, acompanhando a queda de ativos de risco. Os investimentos são afetados pela alta inflação global e pela alta da taxa de juros nos EUA.
De acordo com o site CoinMarketCap, os criptoativos perderam quase US$ 800 bilhões em valor de mercado em abril. Nesta quarta-feira, o Bitcoin (BTC) atingiu seu menor valor em quase um ano, caindo abaixo dos US$ 30 mil. Desde novembro do ano passado, quando a criptomoeda atingiu a máxima histórica de US$ 69 mil, o Bitcoin já perdeu mais da metade de seu valor.
Com o futuro incerto no mercado de criptoativos, começaram a surgir rumores de que a Coinbase poderia falir. O CEO da empresa, Brian Armstrong, foi à público para declarar no Twitter que a blockchain não está em risco de falência. Além disso, avisou que os fundos dos clientes estão seguros na Coinbase.