A expectativa do Itaú (ITUB4) é conseguir migrar o banco para a nuvem em um ano e, assim, estar a nível de competir com fintechs do ponto de vista tecnológico. A afirmação foi feita por Roberto Setubal, co-presidente do conselho de administração do Itaú e ex-presidente do banco, durante o programa “Kafé com Kinea”, transmitido nesta terça-feira (23) pelo Youtube da Kinea Investimentos. O episódio foi apresentado por Ruy Alves e teve a presença do CEO da Kinea, Marcio Verri.
“Os bancos que não souberam adaptar a tecnologia, sumiram. Recentemente estamos vivendo uma nova etapa: não precisamos de capital para fazer uma instituição financeira, porque ficou muito mais barato conseguir colocar isso de pé”, disse Setubal sobre fintechs na live.
“É observar e tentar entender. Estamos nesse processo de reformular o banco e levar para a nuvem, o que não é simples. O que fizemos em 30 anos temos que refazer para conseguir usar a tecnologia a nosso favor”, contou o co-presidente do conselho. “Daqui um ano, devemos estar a nível de competir com fintechs do ponto de vista tecnológico”. Além disso, Setubal reafirmou que, até o final de 2022, 50% do banco já deve estar na nuvem.
Ainda, o executivo comentou sobre a dificuldade de dar crédito no Brasil. Para ele, a volatilidade da economia brasileira cria uma dificuldade muito grande, principalmente para o varejo.
“E sem estabilidade é difícil de planejar. Isso faz com que seja mais difícil dar crédito. A equação é risco e retorno, se não souber lidar com isso, dificilmente vai dar certo”, apontou.
Sobre o Brasil, Setubal entende que o país tem mudado muito e de uma forma inconsistente conforme a mudança no governo, que em geral não dão continuidade aos projetos. Para o País crescer, é necessário, segundo ele, abrir a economia e privatizar mais empresas.
“A riqueza é criada pela produtividade e eficiência, e para isso precisamos de mais liberdade na economia privada, reduzir carga tributária, dar mais estabilidade para reduzir o juros”, comentou o executivo.
Para as eleições, o ex-CEO do Itaú espera que o próximo Presidente da República pense a longo prazo.
“Aqui os governos assumem com o calendário eleitoral na cabeça. Por isso é difícil aprovar as reformas. E, por enquanto, eu não vejo candidatos falando sobre crescimento econômico”, finalizou.