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Como a WEG (WEGE3) reagirá às tarifas de Trump? Itaú BBA responde

Os analistas do Itaú BBA afirmam que a WEG tem várias alavancas disponíveis para compensar as pressões das tarifas nos EUA

WEG (WEGE3) bancos recomendam
Foto:WEG/Reprodução

As novas medidas de impostação aos EUA, com tarifas de 25% impostas pelo presidente Donald Trump ao México e ao Canadá, marcam uma significativa escalada no protecionismo comercial, conforme avaliação do Itaú BBA. O banco destacou a WEG (WEGE3) como uma empresa bem posicionada diante desse cenário.

Os profissionais do Itaú BBA, Daniel Gasparete, Gabriel Rezende e Pedro Tineo, indicaram que, em uma base consolidada, a WEG tem exposição de 25% da receita líquida ao mercado norte-americano, principalmente em transformadores e motores de ciclo curto.

A fabricação desses produtos é feita: um terço nos EUA, outro terço no México, enquanto o restante é produzido em outras regiões. Dessa forma, aproximadamente 8% da receita líquida da empresa estará diretamente exposta ao ambiente de tarifas mais altas.

Porém, há várias alavancas para que a WEG compense as pressões relacionadas às tarifas do ponto de vista operacional. De acordo com o Itaú BBA, a empresa pode aproveitar sua integração vertical e flexibilidade de fabricação para realocar a produção para instalações alternativas, o que deve mitigar os aumentos de custos diretos.

Além disso, as instalações adquiridas da Regal Rexnord (inclusive nos EUA) chegaram com 50% de capacidade ociosa, salientaram os analistas. Eles também apontaram que os ajustes de preços podem servir como um “amortecedor parcial”.

O Itaú BBA afirmou ainda que uma reação inicial do mercado pode ser impulsionada pela incerteza macroeconômica em torno das mudanças na política comercial. No entanto, os analistas ponderam, que isso não deve gerar impacto material sobre as finanças da empresa.

O banco tem recomendação de compra para as ações da WEG, com preço-alvo de R$ 67, o que representa um potencial valorização de 21,72% frente ao último fechamento do papel, na sexta-feira (31), de R$ 55,04.

Efeito DeepSeek nas ações da WEG (WEGE3) foi ‘muito extremo’, diz Citi

A repercussão e popularização da DeepSeek, assistência de IA (Inteligência Artificial) lançada na semana passada pela startup chinesa de mesmo nome, causou uma comoção no mercado financeiro quanto aos possíveis reflexos da inovação em empresas de infraestrutura de IA. Segundo relatório do Citi, os efeitos desse cenário nas ações da WEG (WEGE3) foi “muito extremo”.

A WEG encerrou o pregão de segunda-feira (27) com queda de 7,88%, após acumular valorização de quase 8% com seis altas seguidas. A razão do recuo foi a liquidação geral de ações de empresas de tecnologia e com exposição à IA nos mercados globais, afetadas pelo “efeito DeepSeek“.

No quesito downloads na Apple Store, o assistente de IA gratuito da startup chinesa superou o popular ChatGPT, da rival OpenAI, porque traz para o mercado uma alternativa mais barata de IA, após fortes investimentos na tecnologia pelas companhias ocidentais, sobretudo as famosas bigtechs – Nvidia, Apple, Microsoft e Google.

A reação do mercado sobre a WEG foi “exagerada”, classificou a equipe de research do Citi, liderada por Andre Mazini. Os profissionais avaliaram que a grande redução de custo ainda precisa ser comprovada e que a Weg interage com IA por meio de data centers e não de chips de alto desempenho.

Além disso, outro alerta dos analistas foi para um potencial “paradoxo de Jevons”, com a redução de custos mais do que dobrando a demanda por tecnologia, e possivelmente aumentando o consumo de energia, segundo o “InfoMoney”.

O Citi vê as ações da WEG sendo negociadas a 24 vezes o preço sobre lucro para 2026. Por volta de 13h, os papéis da companhia subiam 1,22%, a R$ 53,96, enquanto o Ibovespa caía 0,47%.