Negócios

Copasa (CSMG3) se manifesta sobre polêmica federalização

A companhia reiterou seu compromisso com os mais elevados padrões de transparência e governança corporativa

A Copasa (CSMG3) se manifestou sobre a sua possível federalização após receber ofício do governo de Minas Gerais informando que o Estado está explorando soluções junto à União para abordar a questão da dívida pública estadual, conforme detalhado em um documento divulgado no mercado nesta quinta-feira (23).

“Foram apresentadas ao governo de Minas Gerais alternativas, que ainda serão objeto de análise minuciosa, tanto pelos técnicos do Governo Federal, quanto do Governo Estadual, razão pela qual ainda não houve qualquer manifestação ou aceite do governo do estado sobre o ponto referente a eventual federalização das estatais estaduais com ações listadas na Bolsa de Valores”, explica.

Além disso, a Copasa reiterou seu compromisso com os mais elevados padrões de transparência e governança corporativa.

Na noite da quinta-feira (23), a Cemig (CMIG3), outra empresa que pode entrar no pacote, afirmou que desconhecer qualquer plano de ser transferida para o controle do governo federal.

Possível federalização da Copasa

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na última quarta-feira (22), expressou apoio à proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de transferir as companhias para o controle do governo. Esta posição surpreendeu o mercado, pois havia a expectativa de que o político se opusesse, considerando que a privatização era uma de suas principais promessas.

Federalização seria negativa para Cemig e Copasa, diz XP

A XP Investimentos analisou sobre a possível federalização da Cemig e Copasa, considerando os efeitos negativos para as empresas e considerou que, caso ocorra o acordo,o resultado seria negativo para as empresas.

No entanto, na opinião dos analistas, o acordo parece difícil de ser concretizado e suas consequências seriam diferentes para acionistas votantes e não votantes de cada empresa.

O cenário proposto envolve a transferência das participações do Estado de Minas Gerais em empresas como a Codemig, Cemig e Copasa, além de desdobramentos judiciais do incidente de Mariana e um programa de refinanciamento da dívida estadual. Embora o governador Romeu Zema mostre abertura ao estudo dessa federalização, a XP destaca desafios iminentes na sua execução.

De acordo com relatório de Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, a negociação é vista como uma alternativa para a dívida estadual, porém, enfrentaria obstáculos consideráveis, especialmente no âmbito legislativo, com Congresso e Assembleia de Minas Gerais necessitando aprovar o acordo.

A XP também levanta preocupações quanto à reação de outros estados em situações semelhantes, prevendo possíveis impactos fiscais para o governo federal. Outro ponto crucial seria o direito de “tag along” para acionistas da Copasa e da Cemig, gerado pela mudança de controle.

“A federalização da Copasa parece um evento que estaria fora do marco regulatório de saneamento no Brasil, onde as concessões são municipais ou divididas entre estados e municípios nas regiões metropolitanas”, segue.

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