A elétrica do estado do Paraná, a Copel (CPLE6), informou na segunda-feira (31) que o governo paranaense, seu controlador, fará estudos com o objetivo de subsidiar modelo para potencial operação no mercado de capitais em que se otimize o investimento do Estado na Copel. Segundo o comunicado, o governo solicitou informações técnicas ao Conselho de Controle das Empresas Estaduais no fim de outubro.
Mesmo sem explicitar o modelo a ser adotado, a notícia aumentou as especulações sobre uma possível privatização da empresa. Com isso, as ações da Copel (CPLE6) subiam 9,32%, por volta das 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (01).
Segundo o comunicado, a adoção de eventual modelo irá depender dos estudos que serão realizados para este fim e “estará sujeita a determinadas aprovações, de acordo com a lei e os regulamentos aplicáveis”, disse a nota.
Além disso, a manifestação do Estado não deve ser considerada ou interpretada como sendo um anúncio de operação no mercado de capitais envolvendo a companhia, segundo a Copel.
O estado do Paraná possui, atualmente, 69,7% das ações ordinárias da Copel. Do capital total, possui 31,1%.
As especulações sobre a privatização da Copel aumentaram em meados de outubro, quando Carlos Massa Ratinho Jr, governador do estado, disse que, apesar de não ter planos de levar a Copel à privatização, o governo pode rever a posição numa eventual mudança de cenário.
O Bradesco BBI aponta que o governador tem menos restrições para dar cabo à privatização, dados os altos índices de governabilidade com o apoio no legislativo estadual.
Ainda, para analistas do Bradesco BBI, esse movimento pode ser interpretado como o Paraná olhando, pela primeira vez, para a possibilidade de privatizar a Copel, ou pelo menos vender partes da empresa.
“Obviamente, a privatização da Copel poderia trazer recursos significativos para o estado que poderiam ser investidos em outras áreas de interesse público, alavancando a plataforma política do governador. Por fim, o Paraná, como outros estados do Brasil, perdeu receita tributária significativa, pois o ICMS VAD aplicado nas contas de energia elétrica foi reduzido, provavelmente tornando a venda de ativos uma opção atraente”, finalizaram os analistas.